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29/12/21 às 15h35 - Atualizado em 6/10/22 às 12h44

Cultura aporta R$ 155 mi na economia do DF

Texto: Loane Bernardo/ edição: Sérgio Maggio

29.12.21

11:00:00

 

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 Até esta sexta-feira (31.12), a Secretaria de Cultura e Economia Criativa do Distrito Federal empenha, por meio de editais do Fundo de Apoio à Cultura (FAC), 1007 projetos num aporte de R$ 155 milhões. Esse é o maior investimento de toda a história FAC e coloca o Distrito Federal na ponta entre as unidades da federação que mais investiram em cultura no ano de 2021.

 

A projeção é de que esses projetos gerem mais de 100 mil empregos diretos e indiretos, garantindo, já em 2022 uma movimentação impactante na cadeia da economia criativa.

 

 

 

Gustavo Santana

 

“Esse é o instrumento mais denso de fomento à Cultura do Brasil. O FAC veio abrindo espaço, pegando na mão de quem nunca entrou na roda em diversas linguagens artísticas e culturais. O impacto na economia é mais que positivo. Só na área de cinema, teremos a produção de 22 longas-metragens ”, declarou o secretário de Cultura e Economia Criativa, Bartolomeu Rodrigues.

 

Ao mesmo tempo em que aportou esse volume histórico, coube a Secec executar a estratégia de descentralizar o FAC, que anteriormente estava concentrada em áreas de maior Índice de Desenvolvimento Humano (IDH), a exemplo do Plano Piloto.

 

“Esses editais (Multiculturais I e II e Visual Periférico) são frutos de um diálogo com todos os segmentos artísticos. Fizemos ajustes, acatamos sugestões da sociedade civil, absorvemos discussões que passaram pela compreensão das dificuldades pelas que o audiovisual vinha enfrentando no Distrito Federal”, destaca o secretário Cultura e Economia Criativa, Bartolomeu Rodrigues.

 

Para executar essa ação, a Subsecretaria de Fomento e Incentivo Cultural (Sufic) desenhou editais mais acessíveis, ampliou as linguagens, incluindo segmentos como LGBTQIA+, gastronomia, técnicos de espetáculos (backstage) e circos de lona itinerante, e estabeleceu cotas sociais. Fez uma intensa campanha para a criação do Meu Primeiro FAC, criando uma linha inédita de fomento, que beneficiou agentes culturais que nunca antes acessaram esse recurso público.

 

Foto de Marina Gadelha

 

“Houve uma intensa campanha para aumentar o número de novos artistas inscritos no Cadastro de Ente Agente Cultural (CEAC ). E aumentamos 34%. Isso se refletiu nas inscrições do edital Multicultural I. De 3322 propostas inscritas, 721 foram para o Meu Primeiro FAC. Foi o reflexo direto dessa descentralização”, avalia o subsecretário de Fomento e Incentivo Cultural, João Moro.   

 

“Se o Multicultural I tinha o objetivo de descentralizar, democratizar e incluir, o Multicultural II vem com o viés da retomada das atividades econômicas do DF, com a proposta de geração empregos imediatas em 2022, num prazo de seis meses”, explica Moro. 

 

SUPLEMENTAÇÂO HISTÓRICA

Além do orçamento anual do FAC, em torno de R$ 70 milhões, a Secec recebeu a suplementação de R$ 91,6 milhões. O que permitiu aumentar o Multicultural I para R$ 70 milhões e o Multicultural II para R$ 68 milhões. O Visual Periférico seguiu com o previsto de R$ 9 milhões. Além disso, foram destinados R$ 4,5 milhões (5%) para gestão do FAC e R$ 13 milhões de empenhos cancelados de 2020.  Ao todo, o FAC, em 2021,ficou em torno 164 milhões.

 

“Estamos fechando o ano com a certeza de que o FAC cumpriu seu papel de maior fonte de fomento público do país, ajudando a cadeia criativa da cultura, agora com audiovisual e grandes eventos, a sobreviver e fortalecer as raízes para florescer com mais força nos tempos mais auspiciosos adiante”, afirma Bartolomeu Rodrigues.

 

Lehandro Lira

Lehandro Lira

Lehandro Lira, coreógrafo e diretor da Cia. Transições de Dança, sediada em Planaltina, foi um dos 890 contemplados do Multicultural I. “Esse edital vai proporcionar aos artistas que nunca tiveram acesso ao FAC a dar o seu respiro dentro da arte. Vai fomentar a cultura e gerar emprego”.

 

No Multicultural II, grandes festivais foram selecionados como o Cena Contemporânea, o Movimento Internacional de Dança, o Favela Sounds, Bocadim e o Festival de Teatro Brasileiro (FTB), ao lado de novas iniciativas e de categorias do Meu Primeiro FAC.

 

Guilherme Tavares, um dos criadores do Favela Sounds, comemorou mais uma edição física do festival, que se nacionalizou com a pandemia, por meio de ações virtuais.

 

Guilherme Tavares

“Considero o FAC Multicultural II um grande acerto! É um instrumento voltado à retomada econômica do nosso setor, e por isso, estrategicamente investe em dois campos de ampla empregabilidade: os festivais e o audiovisual. Só no Favela Sounds, evento que aprovamos no edital – e que visa a realização das edições 2022 e 2023 – estimamos gerar 600 empregos diretos e contribuir na geração de renda indiretamente a mais de 5000 pessoas”, observa.

 

 

ENTENDA OS EDITAIS

MULTICULTURAL I

Democrático, descentralizado e inclusivo. Esse foi o DNA do FAC Brasília Multicultural I, histórico edital do Fundo de Apoio à Cultura (FAC), que investiu R$ 70.291.00 milhões em 890 projetos, divididos em cinco categorias voltadas para 22 linguagens artísticas, com reservas de vagas para quem nunca antes tenha acessado o recurso do FAC e para Pessoas com Deficiência (PCDs).

 

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Resultado final de admissibilidade.

 

Essa foi a primeira vez que a Secretaria de Cultura e Economia Criativa do DF reuniu todo o volume financeiro do FAC num único edital. Esse aporte, portanto, é o maior já feito em editais do FAC, e inclui projetos de diversas linguagens artísticos-culturais.

 

O FAC Brasília Multicultural I refletiu as audiências públicas realizadas pela Secec ao longo de semanas, com o intuito de escutar as demandas da sociedade civil. Boa parte delas foi atendida, e pôde ser incluída no chamamento público, como a inclusão do segmento do audiovisual.

 

AS CINCO CATEGORIAS

 

MEU PRIMEIRO FAC

 

 

A categoria, como o próprio nome indica, privilegiou os agentes culturais que nunca tiveram acesso aos recursos do FAC.

 

153 contemplados – investimento de R$ 6.582.036,87;

 

CULTURA EM TODO CANTO

A maior virtude da categoria é a descentralização. O Cultura em Todo Canto contemplou agentes culturais de 33 Regiões Administrativas, prestigiando, assim, a arte de cidades com histórico de investimento em cultura mais baixo.

 

194 contemplados – investimento de R$ 14.668.374,98;

 

CULTURA EM TODOS OS ESPAÇOS

Por meio da ocupação dos espaços públicos culturais, essa categoria busca levar o consumo da cultura a toda a população.

 

140 contemplados – investimento de R$ 15.167.815,65;

 

CULTURA DE TODO TIPO

A partir da inclusão de 21 distintas linguagens culturais, O Cultura de Todo Tipo tem o objetivo de ampliar e diversificar a cultura do Distrito Federal. Manifestações culturais como arte urbana, circo, gastronomia, cultura digital e LGBTQIA+ estão presentes nessa categoria.

 

318 contemplados – investimento de R$ 27.668.913,73;

 

CULTURA DE TODO JEITO 

O Cultura de Todo Jeito vai permitir ao proponente definir uma ou mais linguagens culturais em festivais, eventos, publicações, pesquisas ou ações de capacitação que privilegiem aqueles que trabalham nos bastidores, os profissionais da área técnica. Também abrange manutenção de grupos e espaços culturais, problema identificado durante a gestão dos recursos da Lei Aldir Blanc, corrigido agora com o lançamento do edital. Inclui ainda linha para a primeira infância.

 

85 contemplados – R$ 6.203.859,58

 

MULTICULTURAL II

 

Com investimento de R$ 68.601.756,90 milhões em 83 projetos de cinema e grandes eventos, esse edital prevê geração volumosa de empregos diretos e indiretos. Com foco no audiovisual e plataformas culturais, o certame apostou numa diversidade de eventos: dos consolidados a novas iniciativas.

 

Para o audiovisual, foram R$ 42.101.326,81, com oito linhas de apoio.

 

Foram contemplados projetos, com recursos entre R$ 1 e 1,5 milhão, na linha produção de longa-metragem – que abrange ficção, documentário, produções de baixo orçamento e a categoria Meu Primeiro Longa, um incentivo a filmes de diretores estreantes, com reserva de vagas para equidade de gênero e racial.

 

Acesse o resultado

SEI_GDF-76688101-Edital.pdf (cultura.df.gov.br)

 

A área prevê ainda projetos de obra seriada, mostras e festivais, e projetos livres. Em todas as linhas, há reserva de ao menos uma vaga para projeto inscrito por proponente residente em local distinto da região central do DF (Plano Piloto, Sudoeste/Octogonal e Lagos Sul e Norte).

 

PLATAFORMAS CULTURAIS

 

A área engloba sete linhas de apoio, entre plataformas em rede e grandes eventos, com aporte total de R$ -26.500,430.09.

 

Foram destinadas seis linhas a feiras, eventos, mostras e festivais (temáticos, consolidados, tradicionais, médio porte, novas iniciativas de médio porte e Meu Primeiro FAC).

 

VISUAL PERIFÉRICO

 

Cultura em Todo Canto

O edital surgiu com desafio de fomentar o segmento do Audiovisual do DF, e ao mesmo tempo oferecer mais vagas para serem executadas de forma menos complexa por conta da pandemia da Covid-19. Ao todo, 87 projetos foram contemplados.

 

Com aporte de R$ 9.026.578,32, o edital teve seus principais eixos definidos a partir de contribuições do setor audiovisual do Distrito Federal, a exemplo da inclusão de linha para produção de longa-metragem.

 

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Final de admissibilidade

 

NOVOS PARECERISTAS

A partir da contratação de um novo banco de pareceristas para atuarem como membros de grupo de avaliação técnica e de mérito cultural do FAC, a pasta garantiu celeridade em todo o processo de avaliação dos três editais.

 

“Para suprir uma maior necessidade avaliativa, renovamos nosso banco de pareceristas credenciados. É fundamental lembrar que o FAC depende disso, pois são estes profissionais que avaliam o mérito cultural dos projetos. Com o aumento de editais, foi necessário trazer pessoas capacitadas para novos segmentos, além de pontuar os inscritos PCD, e aqueles que têm conhecimento a respeito de Arte Inclusiva.”, esclarece o subsecretário de fomento e incentivo cultural, João Moro.

 

Ao todo, 331 pareceristas foram credenciados para analisar projetos de 22 áreas.

 

Assessoria de Comunicação da Secretaria de Cultura e Economia Criativa (Ascom/Secec)

E-mail: comunicacao@cultura.df.gov.br