Além de cursos de inglês, francês, espanhol e japonês, haverá aulas de noções de direito constitucional
O “Plantão Tira-Dúvidas” da Biblioteca Nacional de Brasília, ação que visa ajudar estudantes do nível médio com dificuldades nos trabalhos escolares, está se desdobrando em projeto ainda mais ambicioso: o “Voluntariado na BNB”.
“Queremos transformar a Biblioteca Nacional num celeiro de cursos gratuitos de qualidade. Num momento em que o país enfrenta o desemprego, as pessoas estão muito interessadas em se capacitar, mas não sabem exatamente onde procurar ajuda. É parte da missão de uma biblioteca pública assumir esse papel”, justifica o subsecretário do Patrimônio Cultural da Secretaria de Cultura e Economia Criativa (Secec), Cristian Brayner.
O subsecretário se reuniu hoje (28) no Espaço Clic, na BNB, com três professores voluntários (de espanhol, inglês e direito constitucional), que assinaram termos de adesão à iniciativa, com base no Decreto nº 39.734/2019, que dispõe sobre a criação do Programa de Voluntariado do Distrito Federal.
As turmas abrirão 60 vagas cada. Os interessados devem ficar atentos às redes sociais BNB (instagram e facebook), onde serão divulgadas mais informações. As inscrições serão feitas em formulário eletrônico na página da BNB. A primeira turma, prevista para a segunda semana de setembro, será a de espanhol.
A assinatura do termo de voluntariado possui caráter simbólico, uma vez hoje completa um mês de funcionamento da turma piloto de francês, que ocorre às segundas e quartas-feiras no horário do almoço no Espaço Clic. “Já é um sucesso”, proclama Brayner, que assumiu a tutoria do grupo, com foco na língua falada visando à conversação. Essa ênfase na oralidade será uma característica das aulas de língua estrangeira.
No encontro com os voluntários, Brayner enfatizou a importância do compromisso firmado com os estudantes. “Não é porque é gratuito que o curso vai ter menos qualidade”, afiançou.
O professor de espanhol Pablo Cunha Pinheiro, servidor lotado na Secretaria de Educação do DF, diz que ouviu entrevista de Brayner na FM Cultura, ligada à Secec, e “comprou” a ideia na hora: “Adoro o espaço da Biblioteca Nacional, seu prestígio, e decidi que queria participar”.
Outro voluntário, o tradutor juramentado Rogério Bringel, que vai lecionar inglês, deu um tom mais cívico à sua adesão: “Acho que todos que podem, devem contribuir. É uma maneira de ajudar as pessoas e melhorar o país”.
Em tom semelhante se manifestou o tutor na área de direito, Eduardo Alvim Brandão, responsável pelas turmas de noções básicas de direito constitucional e organização do Estado Brasileiro: “Ler a Constituição Federal pode ser fascinante e certamente vai fazer com que as pessoas se sintam empoderadas a reivindicar direitos e reconhecer deveres”.
Para viabilizar o curso de direito, a BNB está em negociação com o Congresso Nacional e a Câmara Legislativa do DF para obter doações de exemplares da carta magna. Para os cursos de idiomas, o material didático será disponibilizado pelos professores em formato digital, para acesso em computadores pessoais e dispositivos móveis.