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1/07/21 às 22h22 - Atualizado em 6/10/22 às 13h02

“A Secec é uma usina a todo vapor”

Texto e edição: Sérgio Maggio. Fotos: Marina Gadelha (Ascom Secec)
02/07/2021
00:01:22

 

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Secec recebe comunidade LGBTQIA+

O primeiro semestre de 2021 foi de canteiros de obras para a Secretaria de Cultura e Economia Criativa (Secec) do DF. Além da entrega do Museu de Arte de Brasília, 10 equipamentos receberam manutenção e reformas. A Concha Acústica e o Conjunto Fazendinha, historicamente abandonados, estão em plena fase de recuperação. A Secec também fez o maior edital do FAC de sua história, com campanha para adesão de agentes que nunca foram contemplados.

 

“A sensação que tenho é de estar diante de uma usina em pleno vapor. Sonhei com essa possibilidade de muitas frentes de trabalho para a cultura. Isso só é possível porque temos, hoje, uma equipe coesa e focada em todas essas transformações, além de um alinhamento com o executivo”.

 

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No intervalo da reunião de balanço realizada na última quarta-feira (30.6), com subsecretários e chefes de assessorias, Bartô, como é conhecido por parentes, amigos e parceiros de trabalho, passeou pelas principais atividades da Secec neste primeiro semestre de 2021.

 

O senhor começou o ano apontando um forte trabalho da Secec para os equipamentos e o patrimônio. Que balanço pode ser feito desse primeiro semestre?

Bartolomeu Rodrigues – Não posso começar a falar sobre esse tema, que move estruturalmente a Secretaria, sem iniciar pela entrega do Museu de Arte de Brasília(MAB), cuja fita o governador Ibaneis Rocha fez questão de cortar no aniversário de 61 anos de Brasília. Trata-se de um equipamento moderno, sustentável e em diálogo com a política de acervo e conservação. Devolvemos para a população um equipamento depois de 14 anos abandonado. Hoje, está de portas abertas de forma segura e gradual, com exposições de qualidade.

 

Além do MAB, a Secec aportou mais de R$ 2,2 milhões na manutenção e melhorias em 10 equipamentos, com destaque para o Conjunto Fazendinha, outro patrimônio que estava sem nenhuma intervenção e que o governador Ibaneis quer ver recuperado, ao lado da revitalização da Vila Planalto. Estamos finalizando a Concha Acústica, que, junto com o MAB, formará um importante polo cultural na Orla da Vila Planalto. Batizamos essa série de intervenções de Brasília, Cidade Patrimônio, num trabalho de excelência da Subsecretaria de Administração Geral (Suag).

 

Mexemos até no Teatro Nacional Claudio Santoro, recuperando o sistema de refrigeração a fim de abrigar a reforma com qualidade para os operários.

 

“A sensação que tenho hoje à frente da

Secretaria de Cultura e Economia Criativa

é de que estou na gestão é de uma usina,

não só de sonhos e projetos de arte e cultura,

mas também de geração de obras e empregos.”

 

 

 

O senhor falou do Teatro Nacional e, no início do ano, seguia o movimento de consolidar a documentação para que a Secec tivesse acesso ao FDD (Fundo de Defesa dos Direitos Difusos) e se iniciasse assim a licitação de obras na Martins Pena. Como se encontra esse processo?

 

Bartolomeu Rodrigues – Percorremos um caminho tortuoso, pois encontramos a documentação relativa ao projeto de recuperação um tanto bagunçada, para dizer o mínimo. Tivemos de restaurar papéis e burocracia para podermos caminhar rumo à restauração do patrimônio. Agora o projeto está com a Caixa Econômica Federal, em fase de análise e diligências e não vou esconder que estou ansioso. Espero em breve dar essa notícia à população de Brasília.

 

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O Brasília Cidade Patrimônio segue para o segundo semestre. Quais as perspectivas?

Bartolomeu Rodrigues – As melhores possíveis. Se no primeiro semestre aportamos R$ 2 milhões, neste, vamos dobrar. Serão R$ 4 milhões para equipamentos como Casa do Cantador (Ceilândia), Complexo Cultural de Samambaia, Praça do Museu Nacional e uma expectativa muito grande de recuperarmos o Polo de Cinema e Vídeo Grande Othelo, que também nos foi entregue em quase escombros.

 

“Estamos seguindo, ainda, com a

possibilidade de trazer

para a nossa gestão o Cine Itapuã,

no Gama, fechado e abandonado há anos.”

 

No meio desse movimento, a Secec voltou a acolher a Funarte.

Bartolomeu Rodrigues – Sim, apesar de sabermos o tamanho do desafio. A ideia é prepararmos o terreno para o período pós-pandemia, que virá em breve, esperamos todos. O complexo pode abrigar eventos culturais enquanto o Teatro Nacional segue em reforma. Agora, em julho, receberemos as chaves, com a possibilidade de cooperação com a Fundação Nacional das Artes (Funarte). Seguiremos de mãos dadas em diversos projetos, como os de capacitação e uma grande homenagem a Semana de Arte Moderna de 1922, cujo centenário será comemorado em fevereiro.

 

 

A Secec atravessou mais um período pandêmico, com artistas e eventos parados. Como foi esse primeiro semestre na busca de saídas para essa situação?

Bartolomeu Rodrigues – Aprendemos muito com o ano passado, em que tivemos de nos reinventar de uma hora para outra. Não por menos fizemos um edital de R$ 53,6 milhões capaz de gerar 10 mil empregos diretos e indiretos, com cotas de projetos para todas as Regiões Administrativas, para contratação de Pessoas com Deficiência (PCD) e inclusão de artistas de circos itinerantes de lona, da cultura LGBTQIA+ e técnicos de bastidores. Estimulamos a vinda de agentes culturais que estavam fora do nosso cadastro oficial (CEAC), que permite o acesso ao Fundo de Apoio à Cultura (FAC). Tivemos um crescimento de 34% nessa lista e vamos premiar 32% de projetos para pessoas que nunca ganharam essa verba pública. Não é pouco. Foi um trabalho excepcional da Subsecretaria de Fomento e Incentivo Cultural (Sufic). Não vejo nada similar em outros Estados da Federação neste momento.

 

“Vejo tudo isso como uma revolução porque,

em plena pandemia, estamos abrindo as portas para

o pequenino, democratizando, incluindo e abrigando.”

 

Essa é a primeira vez que a Secec empenha de uma só vez todo o valor do FAC. Há possibilidade de outros editais neste ano?

Bartolomeu Rodrigues – Uma observação necessária: empenhamos todo o valor que foi disponibilizado no orçamento. Isto não quer dizer que parou por aí. A Secec fez uma consulta à Secretaria de Economia sobre saldos remanescentes do FAC e aguarda esse desdobramento, alinhada com o GDF. Estamos preparados para essa execução e sabemos da importância desse fomento na geração de emprego e renda. A cadeia da economia criativa precisa desses investimentos, pois terá papel fundamental na recuperação econômica e, por que não?, do ponto de vista do bem-estar psico e moral da população. O coronavírus fez um estrago enorme na alma das pessoas.

 

 

Quando se fala em emprego e renda, a Secec puxa vários postos de trabalhos ao executar os Termos de Fomento. Pode adiantar um balanço desses seis meses?

Bartolomeu Rodrigues – Só neste semestre, executamos 50% a mais de Termos de Fomento do que em todo o exercício de 2020. Foram R$ 9 milhões até o momento contra R$ 6 milhões no ano passado. São 15 projetos contra 8. São ações culturais formativas e que impactam 23 Regiões Administrativas, gerando, em cálculos bem realistas, 4,5 mil empregos diretos e indiretos.

 

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A Secec tem trabalhado com essa preocupação com os artistas das Regiões Administrativas e das minorias. Pode listar essas ações?

Bartolomeu Rodrigues – A Secec está em pleno diálogo com os artistas de todas as cidades do DF. A Rede Integra Cultura, em parceria com a Secretaria de Governo (Segov), pode ser considerada um marco, dando protagonismo aos gerentes de cultura das RAs. A razão é simples: eles estão na ponta e conhecem como ninguém a realidade dos artistas de cada cidade. Por que não fizeram isso antes é, para mim, uma incógnita. Brasília não pode dar as costas para a periferia. Além disso, dentro do Conselho de Cultura, de formação paritária, seguimos estimulando a formação dos Conselhos Regionais de Cultura (CRCs). Tudo isso para fazer cumprir e fortalecer a Lei Orgânica da Cultura (LOC), que rege o Sistema de Arte e Cultura (SAC) do DF. Essa malha é fortalecida por nossa gestão.

 

“A Subsecretaria de Difusão e Diversidade Cultural (Sddc)

aprofunda ações para a Cultura LGBTQIA+ e mulheres,

com editais e apoiando festivais online, como o Gira Cultura DF,

que contemplou financeiramente 61 grupos e

artistas no aniversário de Brasília.”

 

A política de grafite para o DF é uma das mais fortes do país. O grafite está fortalecido na sua gestão?

Bartolomeu Rodrigues – Nossa Subsecretaria de Economia Criativa, que cuida do grafite de uma forma contemporânea, está em diálogo constante com os artistas urbanos por meio do Comitê do Grafite, e de uma política pública delineada para a área. Como desenhista amador, me arrisco no grafite, por isto me entusiasmo muito com esse tema. Mais ainda quando vejo a participação de mulheres grafiteiras no mercado, pois temos reserva de 30% da participação delas em nossos editais. Agora, vou acompanhar de perto o 4º encontro do grafite, que vai transformar a Galeria dos Estados em obra de arte a céu aberto.

 

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O que representou para a Secec a execução da Lei Aldir Blanc?

Bartolomeu Rodrigues – União, empatia, mãos que se encontram, trabalham juntas e acolhem. Não foi fácil executar a Aldir Blanc, em razão dos prazos exíguos. País afora, muitos Estados e municípios não tiveram números expressivos de execução. Aqui, nós viramos noites e finais de semana para garantir quase 90% de empenho de 36 milhões. E hoje, seis meses depois, estamos com praticamente tudo pago (99,4%) de quase 2800 beneficiários. Além desse aspecto, a Aldir Blanc permitiu a Secec entender que precisávamos fazer uma política cultural para atender os pequeninos, que fazem cultura por resistência mesmo, sem nenhum tipo de ajuda do Estado.

 

“E dessa experiência da Aldir Blanc

foi que nasceu a ideia vitoriosa

do Meu Primeiro FAC.

Tenho muito orgulho disso.”

 

A Secec investe neste ano na Rádio Cultura e na Orquestra Sinfônica do Teatro Nacional Claudio Santoro?   

Bartolomeu Rodrigues – Estamos com contratos e projetos em andamento para capacitar e melhorar esses dois importantíssimos patrimônios da cultura do DF. Na Rádio Cultura, iremos contratar, por licitação, uma empresa para manutenção corretiva e preventiva dos equipamentos. Trocar os softwares de programação da rádio e de edição de áudios, que hoje é uma velharia. Adquirir equipamentos como mesas de som e microfones e contratar profissionais para locução, produção e operação. Tudo começando agora neste semestre. Teremos, em breve, a Rádio Cultura em operação como nunca esteve. E realizando festivais!

 

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E a Orquestra?

Bartolomeu Rodrigues – A Orquestra é um corpo diferenciado, de músicos de altíssimo nível, que se reinventou em plena pandemia de modo virtual. Essa transformação impactou o país, com repercussões na mídia nacional. Neste momento, estamos com quatro licitações em andamento para adquirir equipamentos (depois de anos, sem essa execução), gravar concertos de forma online, tratar o arquivo técnico que é cheio de raridades e adquirir placas acrílicas para o retorno presencial, que será gradual, em composições menores, como quartetos, por exemplo.

 

 

 

A Secec tem se preocupado com o seu acervo? 

Bartolomeu Rodrigues – O patrimônio é um mundo à parte dentro da Secec, não só com nossos equipamentos, como também com a nossa lista de bens tombados e registros imateriais. Neste semestre, estamos catalogando 10 mil peças dos nossos museus. Vamos saber o que temos em cada um, e as necessidades de preservação. O MAB já nasceu com esse olhar, porque tem os laboratórios de restauros.

 

“A Subsecretaria de Patrimônio Cultural (Supac)

não só administra esses bens,

como é a instituição que tecnicamente

avalia os sítios e bens patrimoniais do DF.

É a caldeira da nossa usina.”

 

Falando em patrimônio, como está a preparação do Festival de Brasília do Cinema Brasileiro?

Bartolomeu Rodrigues – O Festival de Brasília, que se reinventou em 2020, de forma online, com 620 mil espectadores no Canal Brasil, segue firme para a edição 54. Estamos em fase de seleção da instituição que vai receber o aporte de R$ 2 milhões para gerir o festival de cinema mais antigo e representativo do país, de forte cunho político, um lançador de linguagens e de formação de público. Enfim, em um governo de ação, estamos fazendo nossa parte.

 

Assessoria de Comunicação da Secretaria de Cultura e Economia Criativa (Ascom/Secec)

e-mail: comunicacao@cultura.df.gov.br