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19/10/22 às 11h51 - Atualizado em 20/10/22 às 9h25

Evento marca lançamento do II Candanguinho

Texto: Alexandre Freire. Edição: Ascom Secec

 

Foto de Hugo Lira

Grupo Pé do Cerrado foi uma das atrações do lançamento do II Candanguinho

A Biblioteca Nacional de Brasilia (BNB) recebeu, na terça-feira (18/10), 150 estudantes de educação infantil, ensino médio e educação especial para marcar o início das inscrições ao II Prêmio Candanguinho de Poesia Infantojuvenil, promovido pela Secretaria de Cultura e Economia Criativa do Distrito Federal (Secec) em parceria com o Instituto Cidade Céu. Ao longo da tarde, eles lancharam e vivenciaram duas horas de atividades culturais.

 

O Candanguinho vai premiar trabalhos nas três categorias: infantil (de 6 a 12 anos), juvenil (de 13 a 17 anos) e pessoas com deficiência (PCDs, de 6 a 17 anos), moradores do DF e da Região Integrada de Desenvolvimento (RIDE). Os dez melhores trabalhos em cada faixa serão publicados nos formatos de livro impresso, braile e audiolivro. Os três melhores em cada categoria receberão smartphone (1º lugar), tablet (2º) e leitor de e-book (3º), além de dez exemplares da obra. As inscrições são gratuitas e seguem até o dia 11 de novembro, pelo site da premiação.

 

Foto de Hugo Lira

Secretário de Cultura, Bartolomeu Rodrigues

 

“Eu vivo das palavras e superei muitas barreiras ao aprender a lidar com elas. Não se intimidem diante do desafio de escrever poemas, botem para fora os sentimentos”, incentivou o secretário de Cultura e Economia Criativa, Bartolomeu Rodrigues, no encontro com os estudantes no auditório da BNB.

 

Entre as diversas atividades da tarde, os estudantes assistiram a uma batalha de poesia slam, com as rimas de Mandim e Singelo, e à apresentação do grupo de cultura popular Pé de Cerrado. Antes haviam presenciado, na área externa da BNB, na Praça da Língua Portuguesa, apresentações de malabaristas do Circo Vitória e de contação de histórias com o grupo Paepalanthus.

 

“Entendemos que o Candanguinho, assim como o Candangão [Prêmio Candango de Literatura], devem se tornar políticas de estado de cultura, fortalecendo o lugar de Brasília como polo de literatura”, entende a assessora especial da Secec, Beth Fernandes, uma das idealizadoras do projeto e jurada no concurso.

 

Foto de Hugo Lira

Representantes da organização e dos jurados do II Candanguinho

Além dela, também compõem o corpo de jurados os escritores Isolda Marinho, Gracia Cantanhede, Maurício Witczak e Sheila Gualberto Borges Pedrosa. “É uma satisfação participar de um prêmio tão importante, que enaltece a poesia e insere crianças e jovens nesse mundo sublime. Em tempos de desilusão, a poesia nos acalenta e nos transporta para um mundo melhor”, celebrou Sheila, gerente da Biblioteca Pública de Brasília e cordelista.

 

Já a curadoria do Candanguinho fica sob a responsabilidade da escritora Cristiane Sobral, que fala de suas expectativas em relação ao prêmio: “queremos formar escritores e leitores e fomentar, por meio da literatura, o pensamento crítico, a criação de outras realidades, mexer no imaginário, fortalecer a identidade, a subjetividade”.

 

Foto de Hugo Lira

Pedro Maron foi um dos mestres de cerimônia, com Lelê Negreiros e Rafaela de Paiva

INCLUSÃO

Com experiência em outros concursos, como o prestigioso Prêmio Jabuti, e à frente da Aldeia de Palavras, editora especializada na publicação de autores negros, Cristiane espera receber número expressivo de inscrições, com destaque para autores do público PCD. “Que a inclusão possa acontecer cada vez mais em nossos espaços literários”, deseja, explicando que estes autores poderão, inclusive, enviar suas inscrições em áudio, caso possuam dificuldade motora para escrever.

 

A aspiração de Cristiane se materializou no evento de lançamento da premiação, que para além dos estudantes, também contou com a participação de Pedro Maron, de 12 anos, como um dos mestres de cerimônia. Cego desde que nasceu em razão de uma condição congênita, ele se destacou nos últimos meses ao conseguir, com auxílio da família, adaptar um exemplar do álbum de figurinhas da Copa do Catar para o braile, o que motivou a editora Panini, responsável pela publicação, a desenvolver uma edição limitada destinada a crianças como ele.

 

ESCOLAS

A criançada e os jovens que visitaram a BNB encheram a maior biblioteca pública do DF com o entusiasmo que os livros costumam evocar. Pequenos e pequenas invadiram o Espaço Geek da BNB, repleto de gibis, mangás e jogos. “Eles estão acostumados à contação de histórias e ficam muito interessados nas imagens”, atestou a pedagoga Renata Passos, da Escola Classe Beija-Flor, na 316 Norte.

 

Foto de Hugo Lira

Estudantes acompanharam diversas atrações na BNB

A professora, que trabalha também com alunos do Itapoã e do Paranoá, contou que ajudava a organizar dois grupos da educação infantil, de 1º e 2º anos, num estágio em que o início da alfabetização aguarda o desenvolvimento das habilidades criativas e de psicomotricidade.

 

Iara Borges, professora do 5º ano da Escola Classe 115 Norte, conta que seus alunos, além de gostarem de escrever, se divertem com resenhas de filmes, livros e música. Na escola, que dispõe de cozinha, receitas culinárias são utilizadas para misturar português e matemática, em tentativa de dinamizar o ensino.

 

À frente de agitado grupo de adolescentes, Elisângela Jorge, professora de Língua Portuguesa do 1º e do 2º anos do Centro de Ensino Médio Setor Oeste (Cemso), ressaltou o interesse de seus estudantes pela literatura. “Principalmente as meninas”, revelou a docente que tem, entre suas referências literárias, nomes como Fernando Pessoa, Carlos Drummond de Andrade, Eça de Queirós e Machado de Assis.

 

Do Centro de Educação Especial 2 do setor O de Ceilândia, a pedagoga Fabiana Gonçalves contou que seus alunos superam as dificuldades na escrita com o auxílio de áudios, vídeos e desenhos. Ela falou da satisfação em participar do encontro: “é uma oportunidade riquíssima para esse público e também para nós, professores, porque nos ajuda a provar para a sociedade, uma vez mais, que as pessoas com deficiência são capazes de responder, ainda que num registro diferente do nosso”.

 

 

Assessoria de Comunicação da Secretaria de Cultura e Economia Criativa (Ascom/Secec)

E-mail: comunicacao@cultura.df.gov.br Fotos: Hugo Lira – Ascom/Secec