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18/07/22 às 14h36 - Atualizado em 14/10/22 às 11h43

Grafite colore W3 Norte e Complexo Samambaia

Texto: Ianca Gomes. Edição: Sérgio Maggio (Ascom Secec)
1/7/2022
10:05

 

Frutos de chamamentos públicos realizados pela Secretaria de Cultura e Economia Criativa (Secec), os projetos Samambaia Arte Urbana e W3 Arte Urbana já colorem a paisagem para quem circula pelo Complexo Cultural de Samambaia ou faz uso das paradas de ônibus da W3 Norte para esperar o transporte público. Essas ações descentralizam e incentivam a arte urbana produzida no Distrito Federal.

Foto de Hugo Lira

Nabrisa


“A arte urbana é produzida por artistas que buscam o seu lugar de expressão no ambiente da rua de forma independente. Esse espaço transitório, em muitos casos, é hostil, inóspito e perigoso. Por isso, é importante a presença da arte em suas variadas linguagens”, explica a grafiteira Nabrisa.


Uma das artistas contempladas pelas ações, Nabrisa, nome artístico de Sabrina Falcão, deixou a parada da 514 Norte colorida em lilás, rosa e verde, ilustrando uma garota e toda sua feminilidade. A arte chama a atenção e encantam os pedestres.


Nabrisa conta que trabalhos como esses são importantes para que os artistas urbanos sigam no exercício de sua arte. “Muitos são os desafios encontrados por aqueles que estão dispostos a transformar os caminhos urbanos, por isso se faz tão necessário o incentivo cultural para o grafite e outras tantas expressões que transformam as nossas paisagens urbanas”.


Apresentando o seu trabalho na 716 Norte, Kaya Inã faz eco ao pensamento de Nabrisa, acrescentando que o grafite quando é abraçado como política pública afasta os preconceitos. “A arte urbana é vista pela sociedade de uma forma marginalizada, e esse incentivo ajuda a comunidade a compreender o quanto esse trabalho é importante para trazer cores e alegria para a cidade.”, argumenta. 


Enquanto os trabalhos na W3 seguem, Samambaia já ganha pintura do mural da área externa do Complexo Cultural que leva o nome e as formas de expressão da Região Administrativa. Por meio da tinta spray, a intervenção batizada “Samambaia em Múltiplas Cores” promove as linguagens, reflexões, críticas sociais e beleza em forma de pintura. A ação é realizada por coletivo formado por Thamiris Flora, Kaus, May Bucar, Nabrisa, Fedds e Corujito.

 

Foto de Hugo Lira

Flora

Na visão da artista Flora, os incentivos ao grafite trouxeram inúmeras oportunidades e aprimoramento profissional para os grafiteiros e artistas periféricos que atuam em Brasília. Única representante das mulheres no Comitê de Grafite de Brasília, ela defende a acessibilidade para redução das desigualdades sociais no Distrito Federal e a importância da representatividade feminina.


“A condição de ser mulher, em qualquer ambiente, está relacionada à condição de vulnerabilidade. Enquanto profissionais, não seria diferente. Além disso, as questões relacionadas ao contexto feminino também interferem na produtividade das mulheres. Ser mãe, dona de casa e todas as questões domésticas, aprisionam todas nós por toda a vida”, aponta.


Flora vê o grafite como uma ferramenta importante para a emancipação feminina. “Enquanto a sociedade nos coloca para o ambiente doméstico e privado, a rua, que é aonde acontece o grafite, nos coloca no ambiente público e coletivo, redirecionando o papel social reservado ao sexo masculino e feminino”, aponta Flora.


SAMAMBAIA VIVA

Samambaia é homenageada na obra por meio de elementos que a descrevem desde o início da formação da RA, com direito a desenhos da planta que dá nome à cidade, a história das casas dos pioneiros e a cultura hip hop.

Foto de Hugo Lira

Kaus

O artista Kaus explica algumas das imagens utilizadas no grafite. “As personas de passarinho são uma representação da força renovadora da juventude e de acontecimentos culturais, como o carnaval e as artes de rua. Já as samambaias fazem referência à natureza exuberante da RA e buscam lembrar essa integração com gente, cultura e natureza. Meus trabalhos falam da energia de transformação e da construção de mundos fabulosos. Inspiro-me em pessoas, nas quebradas, sempre tão únicas e tão diferentes à sua maneira”, conta ele.


Assessoria de Comunicação da Secretaria de Cultura e Economia Criativa (Ascom/Secec)

E-mail: comunicacao@cultura.df.gov.br