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Maria da Penha ONLINE Governo do Distrito Federal
20/04/22 às 15h49 - Atualizado em 6/10/22 às 12h37

Medalha reconhece personalidades culturais

 

Texto: Déborah Gouthier, Guilherme Lobão, Larissa Sarmento, Loane Bernardo, Lúcio Flávio. Edição: Guilherme Lobão (Ascom/Secec)

21.04.22

10:00:00

 

Ouça o resumo a notícia:

 

 

Para fortalecer a diversidade e pluralismo cultural, a Secretaria de Cultura e Economia Criativa do Distrito Federal (Secec) concede a inédita Medalha do Mérito Distrital da Cultura Seu Teodoro a 30 personalidades e organizações engajadas com a produção, a valorização e a difusão da cultura do DF. A solenidade será realizada durante a programação de reabertura do Museu do Catetinho, nesta quinta (21/4), às 10h, como parte das atividades do projeto Sorria, Brasília.

 

O decreto que criou a medalha foi publicado em dezembro de 2020, em homenagem ao centenário de Teodoro Freire, o Seu Teodoro, e seu legado artístico e histórico. Segundo o secretário, Bartolomeu Rodrigues, a instituição da láurea em memória do mestre popular “visa preservar a memória de sua luta pela diversidade e pela igualdade”.

 

A Medalha do Mérito Distrital da Cultura Seu Teodoro será entregue às seguintes personalidades e organizações:

 

Antônio Miranda – Poeta e ex-diretor da Biblioteca Nacional de Brasília

Maranhense e decano da Universidade de Brasília (UnB), na qual coordenou o Programa de Pós-graduação em Ciência da Informação do Departamento de Ciência da Informação e Documentação, o professor Antônio Miranda foi o primeiro diretor da Biblioteca Nacional de Brasília (BNB). Bibliotecário, doutor em Comunicação e poeta, é membro da Associação Nacional de Escritores e consultor em planejamento e arquitetura de bibliotecas e centros de documentação.

 

Chico Simões – mamulengueiro e educador

Mestre mamulengueiro, fundador do grupo Mamulengo Presepada, atua há mais de 30 anos na capital federal e em outros estados fomentando a arte, principalmente a do teatro de bonecos. A instalação da sede do grupo de Simões em Taguatinga, no Mercado Sul, marcou esta trajetória, permitindo o desenvolvimento de inúmeros projetos sociais e educativos, que dialogam com os fundamentos das culturas populares e tradicionais. Na bagagem, acumulou mais de 2,5 mil apresentações em 25 países, trabalhando como palhaço, mágico, camelô, ventríloquo, bonequeiro, numa trajetória consagrada por diversos prêmios. É também fundador do Ponto de Cultura Invenção Brasileira, em Taguatinga (DF), e da Vila Mamulengo, em Olhos D’água (GO).

 

Climério Ferreira – Compositor, poeta e professor

Climério Ferreira nasceu em Angical do Piauí em 1943, cresceu em Teresina e tinha apenas 18 anos quando se mudou para Brasília com os irmãos Clodo e Clésio, para desenvolver a futura e bem-sucedida carreira musical no DF. Jornalista de formação, é professor aposentado da Faculdade de Comunicação da Universidade de Brasília (UnB). Compositor, cantor e poeta, Climério também é escritor, com mais de dez livros publicados, sendo o primeiro intitulado “Memórias do Bar do Pedro e outras canções”, de 1975. Sua mais nova obra, “Canções de Amor e Desespero” foi lançado ano passado.  Seu trabalho musical inclui importantes parcerias e centenas de canções, com algumas delas interpretadas por artistas de renome nacional, como Dominguinhos, Tim Maia, Nara Leão, Fernanda Takai, Mastruz com Leite e Fagner.

 

Debora Dornellas – Escritora e artista plástica

Carioca, mas criada no Distrito Federal, Debora é escritora, jornalista, tradutora e artista plástica. Durante a pesquisa sobre o maracatu para o mestrado em História, ela encontrou na cultura popular brasileira de matriz africana o universo onde queria se aprofundar. Após o livro de poemas “Triz”, em 2012, a autora seguiu publicando suas obras com o Coletivo Literário Martelinho de Ouro. Em 2018, lançou seu primeiro romance, “Por Cima do Mar”, trazendo como protagonista uma personagem brasiliense e ilustrações da própria autora. A obra foi vencedora do Prêmio Casa de Las Américas de 2019, como melhor romance brasileiro do ano, e finalista do Prêmio São Paulo de Literatura no mesmo ano, na categoria melhor autor estreante.

 

Debora Glamourosa – Cantora

O nome de batismo é Débora Alencar, mas todo mundo a conhece como Glamurosa, com “u” só mesmo. Expressivo nome do funk e do rap de Brasília. A carreira da artista teve início há dez anos, em Ceilândia. Em 2012 foi descoberta pelo produtor musical Ceggo MC, com quem escreveu sem primeiro funk. Em março de 2016 entrou para o universo hip hop, onde gravou seu primeiro rap com o produtor Gabriel Cocketel Molotov. Nesse mesmo ano, fundou o coletivo cultural e social Sol Nascente Trecho 3, onde realiza expressivos trabalhos educativos e de conscientização. É autora da música “Maria da Penha”, libelo contra a violência doméstica e contra o feminicídio, temas sobre os quais palestrou em diversas escolas do DF, junto com a Regional de Ensino. Desde 2017 atua em filmes do cineasta de Ceilândia Adirley Queiróz.

 

Circo Real Português – Representado por Joici Portugal

O Circo Real Português é um importante representante da cultura circense, que espalha pelo Brasil sua arte, magia e diversão, mas também uma história de luta, renovação e perseverança.  Fundado em 1938, ele tem passado de pai para filho, atravessando anos e gerações. Joici Portugal é uma dessas artistas-herdeiras. Trapezista e gerente administrativa do circo, ela é bisneta de seu fundador. Ao lado dela, na vida e no picadeiro, estão alguns de seus irmãos, primos e tios, dando vida ao espetáculo que pode ser admirado por um público de todas as idades. A relação do Circo Real Português com Brasília é tão longa quanto a história da própria cidade, já que a trupe se apresentou na capital ainda em sua inauguração, sendo o primeiro circo armado no DF.

 

Dilson Marimba – Compositor e carnavalesco

Carioca do subúrbio de Engenho de Dentro (RJ) , o compositor e carnavalesco Dilson Manoel da Costa, o Dilson Marimba, talvez seja um dos nomes mais relevantes do Carnaval de Brasília. Desde 1981, ligado, umbilicalmente à  Associação Recreativa Cultural Unidos do Cruzeiro (Aruc), é autor de mais de 20 composições da Azul-e-branco, com as quais conquistou vários campeonatos no desfile das escolas de samba da capital. É coautor, por exemplo, do samba-enredo “O Gavião Apaixonado Apresenta Três Formas de Amor”, um dos grandes sucessos da agremiação brasiliense. Ainda ligado afetivamente com o Carnaval do Rio de Janeiro, é parceiro em enredos de escolas como Beija-Flor de Nilópolis e Salgueiro.

 

Gioconda Caputo – Jornalista e produtora cultural

Mineira de Juiz de Fora, Gioconda chegou a Brasília no ano de sua inauguração. Jornalista formada pela Universidade de Brasília (UnB), passou por vários veículos, entre eles Correio Braziliense e Jornal de Brasília, atuando exclusivamente nas editoriais de Cultura. Em 2001, com a atriz e jornalista  Carmem Moretzohn, cria a Objeto Sim Projetos Culturais, primeira empresa na capital a trabalhar exclusivamente com assessoria de imprensa para eventos culturais. Também é produtora, responsável pela criação do Slow Filme – Festival Internacional de Cinema e Alimentação e pela produção de diversas mostras de cinema com o CCBB, como a Vladimir 8.0, que celebrou os 80 anos do documentarista Vladimir Carvalho.

 

Grupo Via Sacra ao Vivo – Representado por Preto Rezende

Há 49 anos, o Grupo Via Sacra ao Vivo realiza uma das maiores encenações a céu aberto do país. A Via Sacra de Planaltina, ou Via Sacra do Morro da Capelinha, é um evento que mistura arte e fé, contando, por meio de encenações em 15 estações, a história do julgamento, crucificação e ressurreição de Jesus Cristo. Preto Rezende é ator, formado pela Faculdade de Artes Dulcina de Moraes, integra o grupo desde 1985 e atua agora também como coordenador-geral do projeto, eleito para conduzir a missão de levar o grupo ao seu cinquentenário, em 2023. Ele representa aqui os mais de 1,4 mil profissionais que trabalham durante meses até o dia do espetáculo, que, desde 2008, é também reconhecido como patrimônio cultural imaterial do Distrito Federal.

 

Grupo Street Cadeirante – Representado por Carla Maia

Tudo começou com o sonho da jornalista e bailarina Carla Maia. Após um problema de saúde, que a deixou tetraplégica, ela resolveu criar uma companhia de dança para cadeirantes, iniciativa pioneira no Brasil. Através de coreografias, o grupo brasiliense transformou a vida de centenas de pessoas em todo o país.
Com quatro anos de fundação, a cia. teve destaque na cena cultural da capital. Foi atração no Capital Motoweek e em duas edições do Carnaval no Parque, onde abriu o show de Anitta. Em 2020, o Street Cadeirante foi agraciado com o Prêmio For the Brave de Empreendedorismo Social e participou do quadro “The Wall”, do programa do Caldeirão do Huck, da Rede Globo.

 

Hélio da Costa Muniz – Diretor de Manutenção do Patrimônio de Espaços Culturais da Secec

Gestor de Serviços Executivos, chegou à Secretaria de Cultura e Economia Criativa em 1982. Entrou como datilógrafo, evoluiu para chefe de recursos humanos, depois para diretor financeiro e, hoje, é Diretor de Manutenção do Patrimônio. Presenciou a construção do Museu Nacional em 1999 e sua inauguração em 2006. Foi um dos responsáveis pelas primeiras reformas do Teatro Nacional e do Panteão da Pátria; pela restauração do Museu Vivo da Memória Candanga e pela mudança do Casarão do Samba para o Museu de Arte de Brasília. Um dos servidores mais antigos da pasta, sua função e compromisso com o patrimônio cultural é fazer com que a conservação dos equipamentos da Secec se mantenha em dia.

 

Hugo Rodas – Ator e diretor de teatro 

Um mestre do palco, que nos deixou há uma semana, Hugo Rodas foi um dos mais talentosos e importantes artistas de teatro de seu tempo. Além de diretor, Hugo desenvolveu outras vertentes da profissão, como ator, diretor, bailarino, coreógrafo, cenógrafo, figurinista e professor. Uruguaio, se radicou no Brasil desde os anos 1970 e firmou-se na capital em 1975, onde participou ativamente da cena teatral da cidade. Sua atuação intensa nas questões culturais lhe rendeu três títulos concedidos pelo Governo do Distrito Federal, entre eles o de Cidadão Honorário de Brasília (2000). Também recebeu os títulos de Notório Saber em Artes Cênicas (1998) e, mais recentemente, em 2014, o de Professor Emérito, ambos pela Universidade de Brasília (UnB), onde dedicou mais de 20 anos de trabalho na formação de artistas. Faleceu aos 82 anos, deixando um legado incalculável para a cultura do Distrito Federal.

 

Humberto Pedrancini – Ator e diretor de teatro 

Ator, diretor e professor de interpretação, Pedrancini formou e influenciou gerações de artistas nas artes cênicas no Distrito Federal e no Brasil, por meio da Faculdade Dulcina de Moraes e sua Escola de Atores, atualmente. Nascido em Uberlândia (MG), começou a atuar em Goiânia e se estabeleceu em Brasília a partir de 1972. É dos fundadores de dois grupos teatrais bastante atuantes na capital: Celeiro das Antas e O Hierofante Companhia de Teatro. Com eles dirigiu uma série de espetáculos icônicos como “O Primeiro Milagre”, “Dois Perdidos Numa Noite Suja”, “A Voz Humana”, “Tudo Trriimm”, “Brasília de Pedra e Flor”e “O Auto da Camisinha”, com a qual foi para os EUA.

 

José Carlos Coutinho – Arquiteto / Professor Emérito da Universidade de Brasília

Poucos conhecem a história da arquitetura da capital do país, com suas particularidades e curiosidades, do que o Professor Emérito da Universidade de Brasília e arquiteto, José Carlos Coutinho. Tendo como características únicas a gentileza, educação e elegância, é capaz de ficar horas e horas parlamentando sobre a importância dos projetos realizados pelos grandes inventores da cidade modernista. Nascido no Rio Grande do Sul, chegou em Brasília em 1968, por ocasião de um seminário para discutir e propor a reforma curricular do curso de Arquitetura e Urbanismo da UnB, uma de suas grandes paixão. “A UnB foi a razão da minha vinda para Brasília, onde construí minha vida, segui minha carreira e minhas metas”, confessa. “Era para eu ficar seis meses aqui e acabei ficando 50 anos”, diz.

 

José Carlos Vieira

Paraibano de nascença, brasiliense por excelência e botafoguense fanático, José Carlos Vieira é Editor dos cadernos de Cultura e de Cidades do Correio Braziliense, além de dedicar seu talento para a poesia, cronistas e letras de bandas de rock. Escreve a famosa coluna, Fala, Zé, onde brinca com coisas sérias. Poeta boêmio, de olhar sensível desde 1970 publica livros onde publica comédias da vida pública e privada em títulos como Você – Poemas de Paixões e Coisas Parecidas e A Alma e o e-mail. “Meus versos são libertários. Não consigo colocar o terno e a gravata em minhas palavras”, gosta de definir.

 

Keiane Dias – Cordelista

Cordelista, jornalista e professora de yoga. Influenciada por Manoel Dias de Oliveira, seu avô paterno, admirador da literatura de cordel, repentista e paraibano, Keyane começou a escrever em 2016 e, hoje, caminha para publicar seu terceiro cordel, chamado “Palavras Mensageiras”. A primeira obra publicada pela autora, o cordel “Benzadeus!”, diz respeito a importância de se falar sobre o feminino.  Junto a Sabiá, Davi Mello e Fernando Cheflera, Keyane criou, em 2019, o Coletivo cordelista Passarema.

 

Lilian Tahan – Jornalista

Desde setembro de 2015 no comando do portal de notícias, Metrópoles, a jornalista Lilian Tahan carrega na veia o DNA do jornalismo político, abraçando com entrega leonina e talento singular o que faz. Formada em comunicação social pela Universidade de Brasília (UnB), com especialização em jornalismo digital e gestão de empresa de comunicação pela ISE Business School – instituição vinculada à Universidade de Navarra, na Espanha -, trabalhou por 12 anos no Correio Braziliense e dois anos na revista Veja Brasília, da Editora Abril. Também atuou como repórter concursada da EBC. Entre os prêmios conquistados ao logo da carreira estão os prestigiado Esso, Embratel, Roche (Fundação Gabriel García Marquez), Sociedad Interamericana de Prensa, Comitê Internacional da Cruz Vermelha, Society for News Design, CNT, CNI, AMB, MPT.

 

Luiz Lima – Carnavalesco

Folião nato de Pernambuco, o jornalista Luiz Lima é um dos responsáveis por incentivar e formatar a cultura do Carnaval na cidade com a criação de alguns dos blocos de rua mais emblemáticos do Distrito Federal: Baratinha, Baratona e o Galinho de Brasília. Pioneiro, vive na capital desde 1958, onde criou a empresa Clip Clipping. Atuou como assessor de imprensa da Embaixada dos Estados Unidos e atuou como técnico de futebol da Escola Americana.

 

Mestra Maria – Cultura popular

Matriarca do Bumba Meu Boi do Seu Teodoro, Mestra Marida é viúva do mestre que dá nome ao grupo. Fundadora do grupo em 1963, é a líder do conjunto, que mantém-se em atividade na região administrativa de Sobradinho, mantendo viva a tradição do folguedo nordestino.

 

Marcia Witczak – Jornalista

Jornalista da área cultural, se formou em 1995 na Universidade de Brasília (UnB). Há 25 anos integra a equipe da TV Globo. Hoje editora de cultura do DFTV, e apresentadora do Diversão e Arte, sempre cedeu espaço à produção local, valorizando os artistas da cidade na agenda cultural da emissora. Um de seus projetos mais importantes é o Brasília Independente, concurso de bandas autorais do DF, que acontece há 11 anos, por onde já passaram mais de 100 músicos e artistas da cena musical.

 

Maria José Lira Vieira – difusora literária

Mais conhecida pela alcunha de Mazé, seu nome se confunde com o do programa que gerencia: o Mala do Livro, projeto itinerante de incentivo à leitura por meio da criação de bibliotecas domiciliares no Distrito Federal e Entorno. Referência mundial no tema, o projeto possui hoje 193 unidades instaladas, atendendo cerca de 18 mil pessoas por ano. Gerenciado pela Biblioteca Nacional de Brasília, um dos equipamentos da Secretaria de Cultura e Economia Criativa, ele segue sendo executado com excelência há mais de 30 anos graças à dedicação de nomes como Mazé. Servidora do GDF e integrante do programa desde sua concepção. Após uma vida dedicada ao fomento à leitura e à divulgação do mundo mágico dos livros, Mazé pretende dar continuidade à sua missão e seguir trabalhando como agente de leitura, de forma voluntária, mesmo depois de aposentada.

 

Martinha do Coco – mestra

A mestra Martinha do Coco é pernambucana de Olinda, radicada na antiga Vila Paranoá (hoje região administrativa do Paranoá) desde os 17 anos. Sua iniciação musical se deu em uma banda com instrumentos reciclados e logo integrou o grupo de percussão da Organização Tambores do Paranoá – TAMNOÁ, sendo uma das fundadoras do Ponto de Cultura Tambores do Paranoá. Desenvolve trabalho autoral, difundindo os estilos musicais nordestinos do coco, do maracatu e da ciranda. Em 2013, Martinha do Coco recebeu do Ministério da Cultura o título de Mestra da Cultura Popular. Desde o início de sua carreira solo, em 2006, Martinha do Coco realizou apresentações com sua banda em diferentes eventos dentro e fora do Distrito Federal. Promove anualmente, no Paranoá, o pré-carnaval de rua com o bloco Segura o Coco.

 

Minnie Sardinha – Artista plástica e tecelã 

Maria Eugênia Sardinha nasceu na Ilha da Madeira, em Portugal, e tornou-se Minnie Sardinha. Artesã, artista plástica e tecelã radicada em Brasília desde a década de 1960, aprendeu com a mãe a tecer e a observar o mundo. Através do desenho primitivo, ela materializa em sua arte constelações, símbolos e espíritos. Juntas, elas realizaram uma admirável pesquisa sobre a criatividade popular expressa nos antigos pontos de teares da roça no interior de Goiás e Minas Gerais, e foi a partir da reinterpretação desse conhecimento que Minnie formulou as bases de sua arte, que transita entre mantas, vestidos e paredes, sem perder em importância e singularidade. Seu trabalho foi exposto e admirado em diversas partes do Brasil e do mundo.

 

Noeme Rocha – professora

Fundadora da Biblioteca Braille Dorina Nowill em Taguatinga, Noeme Rocha da Silva é educadora há quase 30 anos. Ela  se tornou referência nacional de acessibilidade na área de Educação. Após acidente em 1990, Noeme perdeu a visão aos poucos, mas o desejo de transmitir seus conhecimentos não limitou sua atuação. Além do trabalho com o Braille, Noeme também dá aulas para comunidades menos assistidas.

 

Pai Jorge de Oxossi – Cultura Afro-brasileira

Dirigente do terreiro que leva seu nome, Pai Jorge é liderança religiosa de referência importante do patrimônio cultural de matriz afrobrasileira – imaterial e material – no DF. O terreiro do Pai Jorge de Oxossi da Corte da Planta Myllegy, ligado à nação Jêje-Mahin, está instalado em Ceilândia desde 1977 e é um dos mais tradicionais do Distrito Federal. Aproximadamente 500 pessoas se ocupam dos trabalhos espirituais do terreiro. Pai Jorge afirma ter iniciado por volta de cinco mil filhos-de-santo. Desses, cerca de 150 deram origem a suas próprias casas religiosas. Nesse trabalho, são evidenciados saberes e fazeres ritualísticos, traços identitários capazes de afirmar uma singularidade em nossa sociedade.

 

Reco do Bandolim – Músico e radialista

Henrique Lima Santos Filho, o Reco do Bandolim, é baiano de Salvador. Chegou a Brasília ainda adolescente e participou de bandas de rock nos primórdios do movimento musical que projetaria a cidade na década de 1980. Mas a descoberta do bandolim e dos discos do mestre Jacob do Bandolim despertaram nele uma paixão definitiva pelo choro. Participou do grupo de fundadores do Clube do Choro de Brasília, instituição da qual é presidente. Radialista e jornalista, Reco também é fundador da Escola Brasileira de Choro Raphael Rabello. Como músico, lidera seu próprio regional Choro Livre, com quatro discos gravados, reconhecido por acompanhar grandes nomes da MPB, como Nelson Cavaquinho, Clementina de Jesus, Moraes Moreira, Armandinho, Dona Ivone de Lara, Paulinho da Viola, João Donato e outros bambas da música popular.

 

Suelen Saboia Cardoso – Capoeirista (Instituto Mãe-África)

Sob a alcunha de Mestranda Benguela, Suelen atua como capoeirista, produtora cultural e é fundadora do Instituto Mãe África, organização criada na Ceilândia, para a valorização e disseminação da cultura afro-brasileira como ferramenta de luta contra a opressão, a marginalização e o racismo. Formada pelos grupos Sol Nascente e Ginga Ativa, ela trabalha levando as técnicas, a força e a poesia da capoeira em competições mundo afora, mas também casa adentro, ensinando em oficinas e escolas pelo DF. Mestranda Benguela atua ainda como modelista de vestuário e professora de danças afro-brasileiras, tendo sempre como foco o reconhecimento da história dos antepassados africanos por meio da valorização da riqueza e diversidade da cultura negra.

 

Wagner Barja – Artista Plástico / Curador

Wagner Pacheco Barja é carioca, radicado em Brasília há mais de 30 anos. Artista plástico, educador e curador independente, Barja é mestre em Arte e Tecnologia das Imagens pela Universidade de Brasília (UnB) e notório saber em Teoria e História da Arte, Plástica e Arte-Educação, pelo Conselho Superior de Educação/ME. Suas obras fazem parte das principais coleções privadas e acervos institucionais no Brasil e no exterior. Foi curador do Museu de Arte de Brasília (MAB) e diretor do Museu Nacional de Brasília.

 

Vladimir Carvalho – Cineasta

Paraibano radicado em Brasília desde 1970, Vladimir trem sua trajetória confundida com a cena cultura da capital. Foi aqui na cidade que realizou os principais filmes da carreira e mantém uma intensa relação afetiva com o lugar desde a exibição do curta, A Bolandeira, no Festival de Brasília do Cinema Brasileiro, em 1969. Na década seguinte, além de filmes, dividia o tempo como professor na Universidade de Brasília (UnB), à frente do Núcleo de Produção de Documentários. Em 1971, seu longa “O País de São Saruê” foi retirado da mostra competitiva do FBCB pela censura da ditadura militar. Entre seus principais trabalhos estão “Conterrâneos Velhos de Guerra” (1991), “Barra 68 – Sem Perder a Ternura” (1968) e “Rock Brasília – Era de Ouro” (2011).

 

Zé do Pife – Músico e educador

Pernambucano de São José do Egito, Francisco Gonçalo da Silva, mais conhecido como Zé do Pife, é tocador e fabricante do pequeno instrumento de sopro que lhe dá alcunha há mais de 60 anos. Em 2007, criou o grupo Zé do Pife e as Juvelinas em Sobradinho, cidade para a qual migrou há três décadas. Dedica-se não apenas às apresentações populares ao lado do conjunto feminino de instrumentistas que o acompanha. Por onde passam, Zé do Pife e as Juvelinas realizam oficinas de arte popular e vendem e difundem a cultura do pífano de bambu produzidos artesanalmente.

 

Assessoria de Comunicação da Secretaria de Cultura e Economia Criativa (Ascom/Secec)

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