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6/10/22 às 12h08 - Atualizado em 17/10/22 às 10h47

Festa do Prêmio Candango celebra incentivo ao livro e à leitura

Edição: Ascom Secec

22/9/2022

10:30

 

Foto de Hugo LiraEnquanto emendava canções do repertório, o cantor e compositor Lenine revelou à plateia da cerimônia de encerramento do Prêmio Candango De Literatura, que ocorreu na noite de quarta-feira (21/9), no Teatro Plínio Marcos (Eixo Cultural Ibero-americano): “Amo as palavras. As minhas músicas são como crônicas cotidianas. Tenho em casa um baú de palavras. Sou um colecionador de palavras”.

 

A palavra foi a grande estrela que norteou a premiação, instituída pela Secretaria de Cultura e Economia Criativa do Distrito Federal (Secec-DF), com gestão do Instituto Cultural Casa de Autores, e que, em seu primeiro ano, já se tornou um dos mais cobiçados do país. Houve a palavra-solene, a palavra-emocionada, a palavra-cantada, a palavra-rimada, a palavra-homenagem, a palavra-saudosa e até a palavra-engraçada. Milhões de palavras, aliás, envolveram esse projeto, que teve 1984 inscrições literárias.

 

As primeiras que saudaram a plateia vieram de uma das maiores escritoras brasileiras: Lygia Fagundes Telles (1918-2022), a homenageada da noite. Elas se materializaram no corpo-voz da atriz Adriana Nunes: “Há uma soma de seres que amei e que já se foram, mas de certo modo ficaram em mim“, interpretou a atriz um trecho de “Durante aquele estranho chá”. Durante a cerimônia, ela também apresentou o espetáculo poético “Floripes”, ao lado do violonista Manassés de Sousa.

 

 

Entusiasta do livro e da leitura, o secretário de Cultura, Bartolomeu Rodrigues, assumiu a palavra com um discurso “do coração aos corações”, levando a plateia ao êxtase. “Lemos mesmo quando perdemos a fé; lemos para descobrir; lemos pelo prazer da história; lemos por paixão; lemos para questionar; lemos para nos enchermos de convicção; lemos distraidamente; lemos para nos emocionar; lemos de um fôlego só; lemos preguiçosamente; lemos para nos tornarmos sábios; lemos em silêncio; lemos em voz alta; lemos para fazer perguntas; lemos para não ter medo; lemos para viver”, disse sob aplausos.

 

Foto de Hugo Lira

 

“Aprendi que a função do escritor é seduzir o leitor. Organizando essa premiação, entendi que precisávamos seduzir os trabalhadores e trabalhadoras do ofício da literatura em todos os países de língua portuguesa. Essa foi a nossa nobre missão”, avaliou Maurício Melo Jr., presidente do Instituto Cultural Casa de Autores.

 

A favor da política de incentivo ao livro e à leitura, o Prêmio Candango de Literatura converteu-se em prêmios disputados por oito categorias. Em Romance, venceu Marcílio Godoi por “Etelvina”; em Poesia, Alexei Bueno com “O Sono dos Humildes”; em Contos, João Anzanello Carrascosa conquistou o prêmio com “Tramas de Meninos”. O Prêmio Brasília coube a Alexandre Pilati com “Tangente do Cobre” (poesia). “Etelvina vai ficar muito mais amostrada com esse Prêmio Candango de Literatura e vai querer até rodar o Brasil inteiro”, comemorou Marcílio Godoi.

 

Em Incentivo à Leitura, o escolhido foi Gláucio Ramos Gomes com o projeto “Leitura na Esquina”. Na categoria PCD (Incentivo à Leitura para Pessoas com Deficiência), Gisela Maria de Castro Teixeira foi agraciada por “O Livro das Capitais”. O melhor Projeto Gráfico coube a Beatriz Mom (“Poesia é um Saco”, de Nicolas Behr) e a Capa deu a vitória a Jéssica Iancoski Guimarães Ramos (“As Laranjas de Alice Mazela”, de Géssica Menino). “Falta muito material literário para a pessoa surda. ‘O Livro dos Capitais’ é um vídeo-livro de poesia, interativo e bilíngue. Nasceu na Universidade Federal do Rio de Janeiro. Viva a universidade pública brasileira. Mais livros e menos armas para todos”, saudou Gisela Maria de Castro Teixeira.

 

Os vencedores nas categorias Romance, Poesia, Contos e Prêmio Brasília recebem, cada um, R$ 30 mil. Já as categorias Capa e Projeto Gráfico ficam com prêmios no valor de R$12 mil, e os prêmios de incentivo à leitura ganham R$ 15 mil cada. Cada um levou para casa um troféu-escultura assinado pelo artista André Cerino.

 

O I Prêmio Candango de Literatura atraiu inscrições de autores de seis países: Angola, Brasil, Cabo Verde, Macau, Moçambique e Portugal. Foram 1984 inscritos (sendo mais da metade do gênero feminino, com 1020 inscrições), dos quais 1.465 se habilitaram a concorrer a R$ 180 mil em prêmios. “Fico encantado com o sucesso dessa premiação, o número de candidatos, uma avalanche de textos, o que prova que a literatura brasileira está viva e atuante. Vida longa ao prêmio”, anunciou o curador Ignácio de Loyola Brandão.

 

Foto de Hugo LiraPrêmio Candango – Vencedores

ROMANCE

Marcílio Godoi – “Etelvina”

LIVRO DE POESIA

Alexei Bueno – “O Sono dos Humildes”

LIVRO DE CONTOS

João Anzanello Carrascosa – “Tramas de Meninos”

PRÊMIO BRASÍLIA

Alexandre Pilati – “Tangente do cobre” – Poesia

INCENTIVO À LEITURA

Gláucio Ramos Gomes – “Leitura na Esquina”

PCD (INCENTIVO À LEITURA PARA PESSOAS COM DEFICIÊNCIA)

Gisela Maria de Castro Teixeira – “O Livro das Capitais”

PROJETO GRÁFICO

Mom: design estúdio (Beatriz Mom). Para o livro “Poesia é um Saco”, de Nicolas Behr

CAPA

Jéssica Iancoski Guimarães Ramos. Para o livro “As Laranjas de Alice Mazela”, de Géssica Menino

 

 

Assessoria de Comunicação da Secretaria de Cultura e Economia Criativa (Ascom/Secec)

E-mail: comunicacao@cultura.df.gov.br