Texto: Úrsula Rodrigues / Edição: Sérgio Maggio
29.07.21
11:00:01
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Em diálogo com a Lei Orgânica da Cultura (LOC), o Governo do Distrito Federal (GDF) acaba de anunciar a Política Cultural Distrito Junino para apoiar essas manifestações culturais. Publicado em 20 de julho no Diário Oficial do DF (DODF), o Decreto 42.315, conhecido como Distrito Junino, visa fomentar a dimensão cultural, o caráter público e democrático desses festejos, apoiando assim a cadeia produtiva desse segmento.
Com responsabilidade atribuída à Secretaria de Estado de Cultura e Economia Criativa (Secec), o Distrito Junino propõe ações para articular a realização anual dos eventos, promover atividades entre grupos de quadrilha, feiras gastronômicas tradicionais, brincadeiras típicas e cenografia nordestina, no âmbito do Distrito Federal e da Rede Integrada de Desenvolvimento do Distrito Federal e Entorno (RIDE).
Conheça o Decreto
DECRETO 42.315 – Distrito Junino
O Marco Regulatório reúne também a Secretaria Executiva das Cidades e a Secretaria de Estado de Governo (Segov) em prol dos valores culturais da sociedade civil para premiar, manter e celebrar a cultura junina e seus agentes culturais. Nasce como os objetivos de fortalecer, proteger, fomentar e promover as tradições da diversidade cultural brasileira, sua territorialidade e pluralismo cultural.
“Os festejos juninos no DF mexem em comunidades, que se envolvem em sua realização de junho a junho. É uma potência na cadeia da economia criativa. O decreto vem para abarcar e potencializar essas redes”, aponta o secretário de Cultura e Economia Criativa
SÃO JOAO POTENTE
Articulado, na Secec, pela Subsecretaria de Difusão e Diversidade Cultural (SDDC), o Distrito Junino muda, na prática, a vida dos fazedores de manifestações juninas.
“O Marco Regulatório em questão, institucionaliza uma política que impacta, dialoga e reconhece um segmento cultural que está presente em praticamente todas as Regiões Administrativas do DF”, explica Sol Montes, Subsecretaria da SDDC.
Presidente e integrante da União Junina e mestre de cultura popular há 26 anos na cidade de São Sebastião, Jozivaldo da Silva acredita que a tradição junina tem se enfraquecido com o passar dos anos, e, por isso, a construção da Política Cultural do Distrito Junino é importante para fortalecer a produção dessas festividades.
Para ele, Brasília possui o segundo maior São João, depois do Nordeste, devido a imigração nordestina nos anos 1960.
“Nós tentamos manter a alegria de Gonzagão por meio de seu nome e sua história. Acreditamos também que devemos priorizar a realização dos nossos festivais em comunidades onde é precária a manifestação cultural. A lei é bastante específica, de nome Distrito Junino, visa representar Brasília como um todo, não apenas o centro.”, explica da Silva.
UNIÃO DE FORÇAS
Em busca de promover o trabalho conjunto, a Secec vai convidar outros órgãos governamentais e entidades da sociedade civil para organizar o funcionamento dessa cadeia produtiva. Entre os objetivos da Política Cultural Distrito Junino estão a descentralização de recursos públicos e o estímulo ao patrocínio pela iniciativa privada.
Assim, entende-se que seja possível reafirmar a cultura dos direitos humanos estruturados na diversidade, equidade etnicorracial, religiosa, territorial, geracional, de gênero, origem, orientação sexual, opção política e de nacionalidade.
Para as premiações, em festivais competitivos de quadrilhas, a política para a promoção para os festejos juninos deve observar as especificidades do regulamento de cada circuito, e, se possível considerá-las para organização e distribuição do prêmio. Em caso de contratação artística e de grupos quadrilheiros, deve ser considerada a comprovação de atividades nos últimos dois anos anteriores em qualquer circuito realizado por associações e ligas de quadrilhas organizadas.
“O decreto é uma conquista para fortalecer e valorizar os festejos no DF e na RIDE. Creio que será possível abrir o leque de apoio, e, assim, fazer o fomento de uma forma maior, que beneficie as manifestações culturais, potencializando o movimento junino e todos os seus artistas e colaboradores.”, conta Márcio Nunes, presidente da Liga de Quadrilhas do DF e Entorno, integrante do movimento junino há 21 anos em Ceilândia.
Assessoria de Comunicação da Secretaria de Cultura e Economia Criativa (Ascom/Secec)
E-mail: comunicacao@cultura.df.gov.br