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Maria da Penha ONLINE Governo do Distrito Federal
21/04/22 às 22h41 - Atualizado em 6/10/22 às 12h37

“Sorria, Brasília” festeja a capital

Texto: Carol Ribeiro (Eixo Cultural), Deborah Gouthier (Eixo Cultural), Loane Bernardo (Cine), Lúcio Flávio (MPI, MAB e Concha) e Sérgio Maggio (Catetinho e Gibiteca).

 

Fotos: Caio Marins (MPI e Cine), Renato Alves (Catetinho), Hugo Lira (Catetinho), Carol Lucena (Eixo Cultural), Marina Gadelha (MPI, MAB e Chocha) e Nityama Macrini (Eixo Cultural)

 

Redação e edição: Guilherme Lobão e Larissa Sarmento

 

21.04.22

 

22:44:00

 

Ouça o resumo da notícia:

 

 

Brasília amanheceu ensolarada e repleta de atividades culturais, que atravessaram o dia em comemoração ao seu aniversário de 62 anos, nesta quinta (21), dentro da programação do projeto “Sorria, Brasília”, realizado pela Secretaria de Cultura e Economia Criativa (Secec). Os equipamentos culturais do DF receberam um público de mais de 10 mil pessoas nos eventos e iniciativas que representaram toda a diversidade de linguagem das expressões artísticas da cultura local.

 

O destaque ficou para a reabertura de dois desses espaços que estavam fechados para reforma: O Museu do Catetinho e a Gibiteca TT Catalão, no Espaço Cultural Renato Russo. Com piquenique no gramado, homenagens no Catetinho, contação de histórias, feiras, shows, concerto da Orquestra Sinfônica do Teatro Nacional Claudio Santoro, teatro, balé e exibição de filmes, a programação colocou um sorriso no rosto dos brasilienses, que aproveitaram o feriado com as muitas opções culturais.

 

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“Sorria, Brasília” brinda 62 anos da capital

 

 

Foto: Renato Alves/ Agência Brasília

 

“Este é o aniversário do renascimento, da volta à vida presencial, da festa e nada melhor que celebrá-lo com todos os equipamentos culturais de portas abertas”, comemora o secretário de Cultura e Economia Criativa, Bartolomeu Rodrigues.

 

 

REABERTURA DO CATETINHO

 

 

Completamente reformado, o Museu do Catetinho amanheceu pronto para receber o público para visitação depois de dois anos fechado. Ao som do Quarteto de Cordas da Orquestra Sinfônica do Teatro Nacional, o “Palácio de Tábuas” reabriu as portas para homenagear personalidades da cultura da cidade.

 

Na ocasião, 30 pessoas e organizações engajadas na cultura do DF receberam a Medalha do Mérito Distrital da Cultura Seu Teodoro pela contribuição ao fortalecimento identitário e difusão da arte e da cultura local.

 

Estiveram presentes, o governador do Distrito Federal, Ibaneis Rocha; o vice-governador, Paco Britto; e a primeira-dama, Mayara Noronha; que foram recebidos pelo secretário de Cultura e Economia Criativa, Bartolomeu Rodrigues. O secretário fez um emocionado discurso. “Esse lugar respira memórias. O Catetinho evoca memórias daqueles que o visitam. Aqui, é um desafio da epopeia de construção que ainda está de pé”.

 

O governador falou do sonho de recuperar o espaço, fechado desde o início da pandemia. “A ideia da construção de Brasília é a ideia de superação. Aos 62 anos, seguimos nesse renascimento. Brasília nasce novamente para o Brasil neste 21 de abril”.

 

Conheça todas as personalidades agraciadas com a Medalha Seu Teodoro.

 

 

FERIADO AO AR LIVRE

 

 

A programação do “Sorria, Brasília” no feirado teve seu ponto mais alto nas atividades do Eixo Cultural Ibero-americano, onde reuniu um público de 6 mil pessoas. Pela manhã, teve diversão para as crianças, com contadores de história, fabulistas, artistas e performers com um toque de inclusão. Além de uma feira colaborativa, o gramado do Eixo Monumental também recebeu a banda de samba Coisa Nossa, o espetáculo “Ballet Dança by Juan Carlos Veja”, do Grupo Bailarinos de Brasília, e concerto da Orquestra Sinfônica do Teatro Nacional Claudio Santoro.

 

Contadora de histórias, Adma Oliveira apresentou às crianças um conto adaptado sobre as seis décadas da capital. Por ser portadora de necessidades especiais, ela faz um trabalho com narrativas inclusivas, mas é com o público que ela também acaba aprendendo muito. “Ao contar histórias para as crianças, eu gravo, memorizo e dou vida para os personagens”, destaca a fabulista, como gosta de ser chamada.

 

Quando viu o convite pelas redes sociais da Secretaria de Cultura sobre a programação do Eixo Cultural, a manicure Erika Carolina, 28, levou a família toda, sobrinhos, primos e os avós para crutir um feriado ao ar livre. “Espaços abertos e com atrações para toda a família são a melhor forma de comemorar neste feriado”, disse a brasiliense.

 

No final da tarde, no gramado, o Eixo Cultural recebeu o show da brasiliense de reconhecimento nacional Ellen Oléria. A cantora e compositora abrilhantou a celebração com sua voz potente e a força dos ritmos brasileiros. “Parabéns, Brasília, jovem senhora, por esse povo lindo que é teu!”, comemorou.

  

Wanessa de Castro, professora e servidora pública, foi com a família prestigiar a prata da casa. Animados e cantando junto com Ellen, disse que acompanha a artista há muitos anos e, hoje, tiveram a oportunidade de revê-la depois da pandemia. “Estamos todos precisando de momentos assim: de sentir o amor, ver uma artista que nos traz tanta empatia”, destacou.

 

 

GIBITECA EM AÇÃO

 

A Gibiteca TT Catalão abriu as portas completamente renovada, depois de 9 anos fechada. Com investimento de R$80 mil e 23 mil itens no catálogo ressurgiu como umas das maiores do país, exibindo estantes inteiras para heróis como Batman, Superman e Mulher-Maravilha. Uma das mais cobiçadas é da coleção X-men e Novos Titãs.

 

Uma das preciosidades da Gibiteca, é o espaço infantil, com forte presença de A Turma da Mônica e a galera de Patópolis. Marmenha Rosário, gerente do espaço, que comandou a reabertura, se emocionou ao falar do poder da Gibiteca. “É uma viagem fantástica pelo mundo da fantasia e da pesquisa”.

 

Os quadrinistas Duarte e Jô Oliveira apareceram com um exemplar raro de “Risco”, primeiro HQ do DF, de 1979.  Doaram para a Gibiteca e prometeram voltar a frequentar o espaço.

 

Enquanto as portas não se abriam, a banda Marefreboi transformou o Espaço Renato Russo numa pista de dança. Rolaram dos frevos de Pernambuco a clássicos como a Feira de Mangaio.

 

Maíra Oliveira, atriz e diretora, deu boas vindas ao público e saudou a memória de TT Catalão, que deu nome ao grupo de teatro que integra, fundado por seu pai Ary Pára-raios: O Esquadrão da Vida. Aproveitou a ocasião para também homenagear o diretor teatral Hugo Rodas, que faleceu recentemente. 

 

Também esteve presente na cerimônia de abertura do espaço Nanan Catalão, filha de TT Catalão. Ela relembrou o tempo em que TT comandava o Espaço Cultural Renato Russo. “Aqui, sempre foi um território de cultura, de grande intensidade”, disse.

 

POVOS ORIGINÁRIOS

 

Um encontro de tribos no coração do Planalto Central. Assim vem sendo as festividades em comemoração ao Dia do Índio e aos 62 anos de Brasília no Memorial dos Povos Indígenas (MPI).

 

Além das exposições, a novidade este ano é a Feira dos Produtos Indígenas com artefatos de tribos de várias partes do país, além de comidas típicas como a lua de milho e o vinagre de frutas vermelhas. 

 

Descendente da etnia Apinajé, oriunda do Tocantins, a artista Natasha Barros Cardoso, 35, apresentou o ritmo do catimbó e o ritmo do boi-bumbá com o grupo Impacto da Amazônia. Ela acha importante compartilhar sua cultura milenar com os visitantes. “Não nasci na minha aldeia. Sou enraizada, mas aprendi desde cedo a valorizar nossa cultura”, destaca. “Fico feliz quando as pessoas ficam interessadas na nossa cultura”, festeja.

 

Entusiasta da cultura indígena, a fotógrafa e servidora pública Isabela Teresa Basílio, 45, tirou o dia para visitar a feira indígena montada ao lado do Memorial Dos Povos Indígenas. “Adoro essas coisas ligadas à natureza”, revela. “O artesanato indígena é muito bonito, é uma cultura muito rica que precisa ser valorizada, por isso fiz questão de vir”, diz.

 

JOIA DA ARQUITETURA

 

 

Sediado às margens do Lago Paranoá, com uma vista belíssima e uma arquitetura exuberante, o Museu de Arte de Brasília (MAB) celebra um ano de reabertura e os 62 anos da cidade como parte da programação do Sorria, Brasília. 

 

Além das exposições permanentes, dentro e fora do espaço, e de mostras provisórias, como uma organizada pela Embaixada da China – Atrás da Grande Muralha – o público este ano pode conferir, até domingo (24/4), a Feira Colaborativa de Artes e Gastronomia no espaço. 

 

“Muito legal essa ideia de unir o museu aos trabalhos de artesanato. Somando linguagens fica mais atrativo pra público ver”, observa a professora aposentada e artesã, Ana Cláudia Silva, 52 anos. “É a primeira vez que participo da feira, está tudo muito bonito e organizado”, destaca.

 

Estudante de ciências contábeis na Universidade de Brasília (UnB), Késcia Katarina, 23, ficou encantada com o que viu no MAB. “A gente estava visitando os espaços culturais e cívicos da cidade e acabou parando aqui”, revela. “Nâo conhecia o espaço, muito bonito e interativo, vamos voltar mais vezes”, observa a jovem, que foi acompanhada da família.

 

ROCK NA CONCHA

 

 

Um dos primeiros palcos da capital, inaugurado oficialmente em 1969, a Concha Acústica recebeu, nesta quinta-feira (21), o guitarrista dos Raimundos, Digão, que embalou a festa dos 62 anos de Brasília no local. 

 

“Brasília é minha terra. Amo essa cidade. Esse céu e a Concha me representam”, comentou o cantor, antes da apresentação. “É uma honra ter sido chamado para esse show do aniversário de 62 anos dessa cidade que me faz sonhar até hoje”, disse, animadíssimo.

 

Fã da banda de carteirinha, o gaúcho Rodrigo Bauer, 44 anos, não esconde a emoção de assistir ao show do ídolo de adolescência. “É uma oportunidade bacana, o primeiro show de rock que vi na vida foi dos Raimundos, em 1994”, revela o jornalista. “Poder rever o Digão com a minha família, em Brasília, uma cidade que aprendi a amar, é emocionante”, conta.

 

A dupla de amigos, Bernardo Lamas e Arthur Arruda, ambos 23 anos, souberam da apresentação pelas redes sociais. Não pensaram duas vezes. “A gente estava de bobeira mesmo e como somos muito fãs da banda resolvemos marcar presença”, entrega o analista de sistemas Arthur. “Sou muito fã dos Raimundos, ouço o tempo todo desde pequeno, é uma emoção e alegria estar aqui hoje, somos calangos do cerrado, nostalgia total”, confessa Arthur Arruda.

 

Sucessos do rei do reggae Bob Marley e de bandas como Charlie Brown Jr., Paralamas do Sucesso, Alice in Chains e Red Hot Chili Peppers não foram esquecidos. Mas os fãs queriam ouvir mesmo eram os hits dos Raimundos, causando histeria na plateia.

 

RIA, BRASÍLIA

 

 

A Cia. de Comédia Os Melhores do Mundo foi a atração do Cine Brasília na noite de celebração dos 62 anos de Brasília. Nessa ocasião, os comediantes também comemoraram os 27 anos da trupe. “O nosso público foi aumentando ao longo do tempo por conta do boca a boca”, ressaltou Jovane Nunes, um dos atores do grupo.

 

Em cena, o grupo misturou trechos de peças consagradas com esquetes inéditos. Após longo período de restrições por conta da pandemia, a plateia chegou empolgada e fez fila ao redor do Cine. Com a sala de cinema lotada e tomada pelo cheiro de pipoca, a peça começou.

 

Diante dos olhos atentos e ansiosos do público, a gargalhada voltou a dar o tom das noites de arte e cultura no Cine Brasília. A estudante Ana Beatriz Sena, 23 anos, estava animada para assistir o show de comédia. “Achei a iniciativa uma grande oportunidade para comemorar o aniversário da cidade. Desde criança acompanho o sucesso dos Melhores do Mundo e estar aqui hoje é uma grande alegria”.

 

Morador da quadra do Cine desde que nasceu, o servidor público Hélio Martins, de 49 anos, conta que seu lugar preferido é o Cine Brasília. Frequentador assíduo, ele acompanha o grupo de comédia desde o início de sua trajetória. “O Cine e os Melhores do Mundo é unir o útil ao agradável. Esse lugar faz parte da minha história”, destacou.

 

SINFONIA BRASILIENSE

 

 

A Orquestra Sinfônica do Teatro Nacional Cláudio Santoro, também fez um espetáculo para presentear a cidade em concerto no Eixo Cultural Ibero-americano.

No repertório, sob a batuta do maestro Cláudio Cohen, a orquestra executou números que encantam o público por onde passa, reunindo música clássica, trilhas de cinema, rock sinfônico e música brasileira. O concerto começou com “Aquarela do Brasil”, caminhou por um pot-pourri da banda Queen e seguiu caminho com inesquecíveis músicas da sétima arte, fazendo vibrar o público de todas as idades que prestigiou o evento. E, claro, não podia ficar de fora uma homenagem ao clássico brasiliense “Eduardo e Mônica”.

“Celebrar os 62 anos de Brasília ao som da Orquestra Sinfônica transmite a riqueza do nosso patrimônio cultural. A Orquestra Sinfônica do Teatro Nacional é um bem de toda a população”, comemorou o secretário de Cultura e Economia Criativa, Bartolomeu Rodrigues.

 

ENCERRAMENTO

 

 

No encerramento das atividades, a noite do “Sorria, Brasília” levou ao Centro Cultural Três Poderes uma atividade alternativa. O Panteão da Pátria, que fica na Praça dos Três Poderes, também fez parte da comemoração do aniversário da cidade. Além da exposição permanente, o local recebeu o projeto “Brasília, Museu Aberto” com projeção mapeada de artes visuais de artistas, como Orlando Brito, exbindo fotografias históricas.

 

Assessoria de Comunicação da Secretaria de Cultura e Economia Criativa (Ascom/Secec)

E-mail: comunicacao@cultura.df.gov.br