13/05/2025 às 14h24 - Atualizado em 13/05/2025 às 14h24

Lançamento do 2º Prêmio Candango de Literatura celebra a força e alcance da língua portuguesa

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Edição: André Barreto

Evento reuniu escritores, autoridades e artistas na Sala Martins Pena: interessados podem se inscrever até 25 de junho


 

O Teatro Nacional Claudio Santoro foi palco de uma noite de celebração literária, cultural e afetiva com o lançamento do 2º Prêmio Candango de Literatura, realizado na última sexta-feira (9), na Sala Martins Pena. Com a presença de escritores, autoridades e artistas, o evento marcou o início das inscrições para o certame, que seguem abertas até 25 de junho, com R$ 195 mil em prêmios distribuídos entre sete categorias.

Realizado pela Secretaria de Cultura e Economia Criativa do Distrito Federal (Secec-DF), em parceria com o Instituto Casa de Autores, o Prêmio Candango se consolida como uma das mais relevantes premiações literárias do país, com abrangência internacional voltada aos países da Comunidade Lusófona: Angola, Brasil, Cabo Verde, Guiné-Bissau, Guiné Equatorial, Moçambique, Portugal, São Tomé e Príncipe e Timor-Leste.   

Durante a cerimônia, o secretário de Cultura e Economia Criativa, Claudio Abrantes, ressaltou o papel estratégico da cultura como ferramenta de transformação social. “Embora apenas em sua segunda edição, o Prêmio Candango de Literatura surge com muita força, posicionando-se entre os maiores prêmios de literatura do país. Traz esse viés de retomada num momento em que olhamos para a cultura como uma grande ferramenta de identidade, de reconhecimento... Brasília, que recentemente completou 65 anos, surgiu de maneira singular, fruto do DNA criativo do brasileiro. Temos uma literatura rica e vasta. E este evento é um momento para expressar nossa gratidão a todos que, diariamente, contribuem para elevar a cultura”, destacou Abrantes.

As falas das autoridades, curador e representantes do Instituto Casa de Autores foram intercaladas pelo show Clodo Ferreira – Existência, que aconteceu em dois atos. Em formato intimista, a apresentação reuniu canções de várias fases da carreira do saudoso artista, pai e inspiração de João e Pedro Ferreira, músicos responsáveis pela homenagem. A noite também reservou um momento solene com a exibição de um vídeo em que foram relembrados escritores que nos deixaram recentemente como Danton Trevisan, Marina Colassanti, Affonso Roma de Sant’Anna, Marcos Vinícius Vilaça, Heloísa Teixeira, Vicente Sá e Francisco Guedes.

A simbologia do evento se reforçou na fala do coordenador geral do prêmio, Maurício Melo Júnior, que destacou o valor da língua portuguesa como expressão poética e identidade cultural. “Este prêmio defende a literatura escrita em português. Queremos homenagear essa linguagem lapidada por Camões, mas, sobretudo, confeccionada com a força dos novos escritores.”

Já o curador da edição de 2025, João Anzanello Carrascoza, vencedor da categoria “Melhor Livro de Contos” na primeira edição da premiação, apontou a coincidência entre o lançamento do certame acontecer no mês em que se celebra, mundialmente, a língua portuguesa. “É neste mês que lançamos a segunda edição do Prêmio Candango. Todos nós estamos umbilicalmente ligados à nossa língua”, comentou o escritor, que leu ao público o conto “Umbilical”.

Para a presidente do Instituto Casa de Autores, Iris Borges, o prêmio representa uma ponte entre países irmãos unidos pelo idioma. “Convidamos todos os escritores da comunidade lusófona a participarem desta ode à literatura portuguesa, nossa grande pátria. Como disse Fernando Pessoa: ‘A minha pátria é a língua portuguesa’.”

Com entusiasmo, estendemos este convite à participação ativa dos países irmãos da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa, não apenas como sinal de presença, mas como gesto de reafirmação do nosso pertencimento a uma comunidade cultural que vai além da geografia. Que esta noite seja apenas o início de um ciclo no qual a palavra nos sirva de mapa, bússola e abrigo”, declarou Paulo César Chagas, secretário-executivo da Secretaria de Relações Internacionais do DF.

A expectativa, como ressaltou Felipe Ramón, subsecretário Subsecretaria do Patrimônio Cultural da Secretaria de Cultura do DF, é de levar a oportunidade a ainda mais pessoas. “Esse prêmio foi sonhado por muita gente. Ele expressa uma vocação que Brasília tem: a de ser símbolo de interlocução entre os diferentes povos amigos da nação brasileira. Na edição passada, tivemos cerca de duas mil inscrições. Este ano, esperamos chegar a três mil produtos literários — três mil projetos que depositam no prêmio da Secretaria de Cultura e Economia Criativa a esperança de um reconhecimento tão necessário para a literatura em língua portuguesa”.

Beleza

Os presentes tiveram a oportunidade de participar de um evento que explorou bem as possibilidades da sala Martins Pena, que recebeu uma cenografia temática, com painéis e estruturas remetendo a uma biblioteca. Também a bela e enorme fachada lateral do Teatro Nacional Claudio Santoro, que traz os icônicos cubos em relevo concebidos por Athos Bulcão, exibiu em projeção mapeada o logo da premiação, compartilhando o lançamento com toda a cidade. 

Inscrições

Gratuitas, as inscrições seguem até 25 de junho e podem ser feitas pelo site www.premiocandangodeliteratura.com.br. O edital contempla sete categorias divididas em três eixos: literário (romance, contos, poesia e Prêmio Brasília), editorial (melhor capa e projeto gráfico) e pedagógico (melhor iniciativa de incentivo à leitura). Podem concorrer obras publicadas em 2024 e redigidas originalmente em português, oriundas do Brasil e dos demais países da Comunidade Lusófona.

A cerimônia de premiação será realizada no dia 31 de outubro, também na Sala Martins Pena, reunindo autores, editores, professores e leitores num grande encontro em torno da literatura como elo entre culturas, gerações e territórios.