Revista Vestigia
Foco e Escopo
“aquele que consome sua vida, deixa na terra um vestígio de si mesmo, como fumaça no ar e espuma na água” (Dante).
A Revista Vestigia é um periódico vinculado à Subsecretaria do Patrimônio Cultual (SUPAC), instância da Secretaria de Cultura e Economia Criativa do Distrito Federal (SECEC), cujo objetivo é difundir pesquisas relacionadas ao Patrimônio cultural em sentido amplo, abrangendo as mais diversas práticas que envolvem as manifestações culturais de natureza material e imaterial.
A concepção desta Revista considera os modos de pensar o patrimônio segundo a noção de construção coletiva. Seguindo esse pressuposto, o título resgata a memória a partir dos rastros do passado ainda relevantes para entender o presente, dos fragmentos materiais resultantes das atividades humanas, das marcas tangíveis e intangíveis das formas de viver e sentir a existência. No latim, Vestigia é plural de vestígio, e significa “seguir os rastros”. Acepções mais amplas dessa palavra indicam aspectos visíveis e invisíveis da memória em suas dimensões etnográficas, arqueológicas, artísticas, históricas e paisagísticas, podendo abranger saberes, modos de fazer, celebrações e um vasto conjunto das práticas coletivas.
Seguindo essa perspectiva, o objetivo desta Revista é divulgar pesquisas que reflitam sobre as condições materiais dos monumentos em suas manifestações tangíveis, como os bens móveis e imóveis, obras de arte, acervos museológicas, conjuntos urbanos, e, paralelamente, pesquisas que reflitam sobre as noções intangíveis do patrimônio, caso das manifestações culturais, vivências particulares e subjetivas dos grupos sociais e das comunidades imersas nas concepções de pertencimento e identidade.
A preservação dos bens culturais está intimamente associada à dimensão humana. Afinal, esse processo de valorização e institucionalização está imerso nas dinâmicas sociais.
Consequentemente, a partir da vastidão dos remanescentes do patrimônio cultural, novas reflexões podem ser construídas.
Serão aceitos artigos originais, ensaios teóricos, estudos de caso, entrevistas e resenhas que contribuam criticamente para o debate sobre territorialidade enquanto dimensão da cultura e do patrimônio que contribuam criticamente para o debate sobre território no contexto do Distrito Federal. Além disso, o espaço está aberto a produções não escritas, como áudios, vídeos, músicas e fotografias, preservando a memória por diferentes linguagens.
Ademais, o Conselho Editorial também organiza dossiês com temas específicos para motivar a discussões.
Processo de Avaliação pelos Pares
A avaliação é realizada por, pelo menos, dois pesquisadores (as) especialistas no tema do trabalho submetido. Salientamos que este periódico obedece ao princípio de avaliação cega por pares. Além disso, não há qualquer cobrança para a submissão e avaliação dos textos.
A avaliação é composta por três modalidades: a) aprovação; b) recomendação com alterações; c) recusa. Ao final do processo de análise, autores (as) serão devidamente informados.
O prazo máximo para a emissão do parecer será de um ano, a contar da data da submissão do texto. Caso o Conselho Editorial indique correções e/ou alterações, o prazo máximo para a entrega final do texto será de 30 dias corridos. Por fim, em caso de discordância entre avaliadores quanto ao parecer, uma terceira avaliação será requisitada.
Periodicidade
A Revista Vestigia é uma publicação anual.
Condições de uso e reutilização dos conteúdos
Creative Commons BY-ND
Histórico
Equipe Editorial
Chamada para o primeiro Dossiê da Revista Vestigia
Dos simples tracejados que delineiam a concepção de Brasília aos emaranhados de tradições que construíram e transformam constantemente o território em suas dimensões geográficas e culturais: Brasília é um paradoxo. Dos movimentos diretos e vacilantes de uma cidade geometricamente articulada, até caminhos intuitivos criados na paisagem a partir dos modos de deambular, a cidade é desvio de sua concepção original.
Se, inicialmente, há oposições entre território/territorialidade, ou mesmo, entre construção/ ocupação, nos interessa as intercessões. Nessas supostas divergências, a existência individual e coletiva é oprimida pela agrura do concreto, de modo semelhante, a alvura dos monumentos encontra a vermelhidão do barro que agrega uma realidade latente e não controlável. Nas linhas intencionais do gesto primário que delimitam o espaço, outras formas o interceptam e irradiam, criando possibilidades. Da cruz se cria a grelha, e daí um emaranhado de gestos, sinuosidades e linhas que moldam as realidades.
Na primeira edição da Revista Vestigia, convidamos a comunidade a apresentar estudos dispostos a discutir um ambiente moldado pelas vivências coletivas. Se a construção de Brasília partia de uma noção racional e, eminentemente, cartesiana, os mais diversos povos que aqui se estabeleceram criaram novas dinâmicas.
Território
Território não é apenas um locus delimitado, é um vasto campo simbólico de manifestações, afetos, desafetos, poderes, práticas, memórias e apagamentos. No território, os signos são concretizados e, diante das múltiplas vivências que o circunscrevem, os rastros territoriais apontam para a construção humana de pertencimento, conformação e resistência. A concretude do território é o atributo que abriga o construto social de intencionalidades nele materializadas.
Partindo da premissa de que o patrimônio é uma construção coletiva e socialmente situada, buscamos reunir reflexões sobre os rastros no Distrito Federal a partir dos seus monumentos, edifícios, conjuntos urbanos e demais bens imóveis e móveis — elementos que carregam sentidos de pertencimento, identidade e memória.
Convidamos autoras e autores a submeterem trabalhos que abordem temas como:
• A relação entre território, arquitetura, urbanismo e patrimônio;
• Processos de patrimonialização vinculados à dimensão territorial: reconhecimentos, disputas e silenciamentos;
• Reflexões sobre o uso e preservação do espaço urbano como expressão de práticas culturais e sociais;
• Diálogos entre patrimônio material e as vivências subjetivas das comunidades que habitam e ressignificam esses espaços;
• Estudos sobre obras arquitetônicas, conjuntos urbanos, equipamentos públicos, obras de arte, acervos e seus papéis na memória coletiva;
• Reflexões interdisciplinares sobre o território e seus vestígios.
Territorialidade
Cada gesto, manifestação, memória singular ou compartilhada a partir da apropriação e da ocupação dos espaços territoriais desvela a territorialidade encontrada nos vestígios – visíveis e invisíveis – que envolvem o Distrito Federal. As marcas das narrativas de poder e de resistência desenham novas cartografias de existência diante de práticas sociais, simbólicas e culturais. Como os territórios são construídos, vividos, imaginados e reivindicados?
A partir desse questionamento, buscamos valorizar vozes e reunir reflexões, testemunhos, registros, relatos e experiências sobre as múltiplas dimensões da territorialidade no Distrito Federal, que se relacionem aos campos de conhecimento de geografia, sociologia, antropologia, arquitetura e urbanismo, ciência política, arte e saberes orais e experienciais, entre outros.
Convidamos autoras e autores a submeterem trabalhos que explorem temas como:
• A territorialidade como expressão de práticas culturais, simbólicas e identitárias;
• Experiências de resistência, memória e pertencimento (comunidades tradicionais, povos originários, territórios quilombolas, urbanos, periféricos, etc.);
• A relação entre territorialidade e cultura, incluindo celebrações, rituais, práticas cotidianas e saberes tradicionais;
• Rastros e fragmentos da presença humana como marcas identitárias do espaço.
Números mais antigos da Revista
Diretrizes para Autores
A Revista Vestigia está aberta em fluxo contínuo para avaliar textos originais.
Formatação dos manuscritos
Os textos devem ser submetidos, exclusivamente, em formato Word (.docx), devem ser escritos com as fontes Arial ou Times New Roman. A extensão não deve exceder o total de 25.000 (vinte e cinco mil caracteres com espaços), incluindo título, resumo, referências bibliográficas e tabelas.
Margens: superior 3 cm, inferior 2, esquerda: 3 cm, direita: 2 cm, com espaçamento de 1,5 entre linhas e sem espaçamentos antes ou depois;
Título: usar corpo 12, centralizado, negrito, caixa-alta e baixa. Utilizar itálico nas expressões estrangeiras, espaçamento simples e não usar sublinhado;
Identificação de autor (a/es): usar corpo 12, alinhado à direita, nome, e-mail, identificação da instituição (ções), se for o caso. Para quem não está afiliado (a) à instituição, usar a expressão “pesquisador(a) independente”, número do ORCID.
Resumo: usar corpo 10, espaçamento simples, justificado, extensão entre 400 e máximo de 900 caracteres. As palavras-chave devem estar abaixo do resumo, no mínimo 3 e no máximo 5, devem ser separadas por ;(ponto e vírgula);
Resumo em língua estrangeira: são aceitos resumos em inglês ou espanhol. Recomendamos utilizar as mesmas configurações do resumo em português;
Corpo do artigo: usar corpo 12, espaçamento 1,5, justificado, em caixa-alta e baixa, máximo de 25.000 (vinte e cinco mil caracteres com espaços). Recomendamos o uso de itálico nas expressões que necessitam de destaque. Usar o negrito no título e nos subtítulos. Não utilizar sublinhado.
Citações: todas as citações diretas com mais de 3 linhas podem estar ao longo do corpo do texto, as que excederem devem ser colocadas com margem esquerda de 4 cm, em corpo 10 e espaçamento simples.
Figuras: corpo 10, imagens em alta resolução (a partir de 300 dpi), centralizadas, dispostas ao longo do texto, com indicação de numeração em negrito (Figura1, Figura2, ...), dispostas abaixo da imagem, com as seguintes informações: autoria, título, técnica, dimensão em cm, data e fonte, conforme modelo abaixo:
Figura 1. Giuseppe Pancetti. Sem título, óleo sobre tela, 25,5 x 33,5 cm, 1942. Fonte: Museu Nacional da República.
Referências: devem estar no final do texto, utilizar corpo 12 e espaçamento simples, sistema autor/data, de acordo com a norma NBR10520 da ABNT.